Milhares de manifestantes foram reprimidos pela polícia nesta sexta-feira (1º) nos protestos pelo Dia do Trabalhador em Istambul, na Turquia. Pelo menos 136 pessoas foram presas.
A imprensa turca afirma que cerca de 10 mil pessoas participaram da mobilização, convocada por sindicatos e partidos políticos contra a diminuição de direitos trabalhistas e as medidas de austeridade econômicas aplicadas pelo governo
Segundo o jornal turco “Hürriyet”, a polícia prendeu 30 membros do Partido Comunista e pessoas que portavam máscaras de gás, além de agentes à paisana que fazem detenções aleatórias, sem motivo aparente.
O governo conservador proibiu as manifestações na praça Taksim, centro de várias semanas de protestos contra o governo em 2013 do então primeiro-ministro e agora presidente Recep Tayyip Erdogan. As autoridades temem manifestações pública antes das eleições legislativas de junho.
As ruas do centro de Istambul estavam bloqueadas e as estações de metrô próximas da Praça Taksim estavam fechadas. O governo suspendeu o serviço de balsas entre as áreas europeia e asiática do país e os helicópteros privados foram proibidos de circular, para permitir o deslocamento dos aparelhos da repressão polícial.
Taksim é cenário de confrontos no Dia do Trabalho desde que dezenas de pessoas morreram no 1º de Maio de 1977, um dos períodos mais conturbados da Turquia moderna. “Em 1977 aconteceu um massacre. Simplesmente queremos estar lá para recordar o dia. Não podemos fazer de outra forma, é muito simbólico para nós”, disse Umar Karatepe, líder da confederação sindical DISK.
“O presidente, este homem que usurpa todos os nossos direitos, não pode nos dizer que não podemos celebrar o 1º de Maio, é inaceitável”, completou.
A imprensa turca informou que 20.000 policiais foram mobilizados em Istambul, com 62 caminhões com jatos de água.
Este é o primeiro Dia do Trabalho no país desde a aprovação no Parlamento de uma polêmica lei que concede à polícia mais poderes para reprimir os protestos.
Com agências