Mais uma vez as mulheres saem às ruas para mostrar sua força e alegria e dizer em alto e bom som a sua reivindicação de ter os mesmos direitos que os homens.
Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, “as coisas só mudam com muita luta e as brasileiras sabem bem disso, quando levantam cedo e têm que cuidar do café da manhã, dos filhos para depois sair para o trabalho, enfrentar condução lotada, sofre assédio e depois voltar para casa e ainda ter que dar conta sozinha dos afazeres domésticos”.
Neste domingo (8), Dia Internacional da Mulher, o ato que reúne as principais lideranças do movimento feminista, sindical e social, acontece em São Paulo, onde são esperadas milhares de pessoas que lutam por igualdade e respeito aos direitos humanos e á diversidade.
Por isso, garante a sindicalista, “precisamos de mais mulheres na política, para mudar a própria política”. Segundo ela, “é essencial uma maior participação das mulheres nas instâncias de poder para reduzir as discriminações e as diferentes formas de tratamento dado ás questões de gênero”.
“Uma reforma política democrática e com paridade de gênero é fundamental, além do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais para dar chances menos desiguais aos candidatos e candidatas”, defende Ivânia.
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Mas nem só de política vive a mulher. A secretária da CTB menciona a educação como fator preponderante para mudar mentalidades. “Precisamos de uma educação que leve em conta que as especificidades de cada gênero devem ser respeitadas”, acentua. Ela defende também que a escola promova debates nas comunidades sobre essas diferenças e o porquê de ocorrer tanta violência de gênero no país. “Falta informação sobre os direitos de todos terem uma vida sem medo”, preconiza.
Segundo Ivânia, a chamada grande mídia poderia fazer um papel importante nesse debate, mas “ao contrário, a mídia parece estimular a violência e a degradação da figura da mulher, colocando-a com objeto do desejo masculino, estimulando a exploração da prostituição infanto-juvenil e dando caráter sexy à violência”, revela. Por isso, ela defende novas leis para a regulação da mídia, que “propicie espaço para toda a diversidade brasileira”.
Para a cetebista, “a Lei Maria da Penha evolucionou o combate à violência contra a mulher”. E agora, diz ela, “essa nova lei que tornou crime hediondo o assassinato de mulheres vai contribuir ainda mais para se exterminar de vez essa chaga da sociedade brasileira”.
“O aborto é uma das questões mais importantes para a mulher neste início de século 21”, define Ivânia. “O Estado brasileiro não pode continuar ignorando que todos os anos milhares de mulheres, muitas vezes meninas, fazem abortos clandestinos e se expõem a riscos desnecessários, que podem até a serem fatais”, reforça. E pior ainda, afirma, “em casos de gravidez indesejada sobra sempre para as mulheres, pois muitos homens lavam as mãos e a sociedade culpa somente a mulher por ter engravidado”.
Como na música Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant, ser mulher “é um dom, uma certa magia/uma força que nos alerta” sobre o direito de cada um poder escolher o seu destino.
Serviço
Para o pessoal da CTB
Dia Internacional da Mulher – Domingo (8), às 9h
O ponto de encontro da CTB com as outras entidades do nosso campo será na altura da Casa das Rosas (Av. Paulista, altura do nº 37) , em frente ao Bradesco.
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
Maria, Maria (Milton Nascimento/Fernando Brant, interpretação de Elis Regina)