A Caixa Econômica Federal é um patrimônio do povo brasileiro que completou 154 anos de vida, no último dia 12 de janeiro. Uma instituição 100% pública. Robusta. Moderna. Sólida. Social. Mas, agora, está ameaçada de ser transformada em sociedade de economia-mista. Os patriotas e progressistas estão em alerta e mobilizados para impedir essa possível transação.
A Caixa Econômica guarda uma bela história de sintonia com o desenvolvimento econômico e social do país. É uma instituição financeira diferente. Um banco que tem muita proximidade com a população, em especial entre as famílias de baixa renda. Uma instituição presente na vida de milhões de brasileiros. Desde a sua fundação não para crescer, atuando em diversos setores.
Do cotidiano, no mundo do trabalho formal, ela é o agente do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pelo Programa de Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego. Outros aspectos relevantes são os apoios aos projetos das áreas cultura, educacionais e de esporte.
Nos últimos anos, a Caixa se destacou nessa proximidade com as famílias de baixa renda, promovendo a justiça e inclusão social. Dos programas sociais do governo federal se destaca a transferência de renda através de programas sociais. Só com o Bolsa Família, mais de 13 milhões de brasileiros foram beneficiados, além do crédito educativo (FIES) e financiamento habitacional (generoso Programa Minha Casa, Minha Vida).
De longa trajetória, a Caixa foi fundada em 1861, quando Dom Pedro II assinou o Decreto nº 2.723. De lá pra cá, a Caixa tem dado contribuições significativas na urbanização e industrialização do nosso País.
Desde 1930, essa instituição deu início às operações de crédito e empréstimo por consignação, para pessoas físicas. Nessa época também, a Caixa conquista a exclusividade dos empréstimos sob penhor, extinguindo assim as casas de prego, operadas por particulares. É também dessa quadra histórica o registro da primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da Caixa no Rio de Janeiro. E desde 1961, a Caixa tem o monopólio das casas lotéricas.
Já na década de 80, a Caixa incorpora o Banco Nacional de Habitação. Dessa empresa social, ela se transforma no “maior agente nacional de financiamento da casa própria” além de financiar o saneamento básico.
Com o fim do BNH, aparecem o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Os avanços continuam. A Caixa, na década de 90, vai centralizar as contas vinculadas do FGTS. Antes, cerca de 70 instituições administravam essas contas.
Hoje, a Caixa tem cerca de 100 mil empregados e empregadas. Conta com cerca de 3.300 agências espalhadas por todo o País. Nos programas de transferência de renda, segundo dados oficiais, a Caixa contribuiu com cerca de R$ 26,5 bilhões em 2013. Só com o Bolsa Família, ela pagou cerca de R$ 24 bilhões em benefícios. Só nesses últimos cinco anos, a quantidade de agências saltou de 2.074 para 3.288, e a carteira de crédito aumentou 517%. Ainda segundo informações do governo, o volume de ativos totais ultrapassa R$ 1 trilhão. De janeiro a setembro de 2014, o lucro líquido foi de R$ 5,3 bilhões e as transações somaram R$ 1,72 bilhão.
A pretensa formalização da abertura do capital da Caixa deve ser rejeitada pela população
O povo brasileiro precisa das instituições públicas cada vez mais fortes. A abertura do capital da Caixa é uma contramão ao desenvolvimento econômico sustentável e social. Nos últimos 12 anos, com a Caixa, os governos evitaram a recessão e o avanço do desemprego. A permanência da Caixa enquanto banco 100% público é primordial. O Brasil precisa seguir em frente, avançando. É chegada a hora de reagir! Caixa: 100% pública!!
Ivânia Pereira é presidenta do Seeb-SE e secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
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