Coletivos e movimentos sociais fizeram ontem (26) uma manifestação artística, em frente ao Consulado do México, em São Paulo, como ato de solidariedade aos parentes das vítimas do massacre de Iguala, ocorrido há exatos dois meses, no México, em que seis pessoas foram mortas e 43 estudantes estão desaparecidos.
Os manifestantes se perfilaram na rua do consulado vestidos com camisetas brancas e capuzes pretos simbolizando as vítimas do massacre. Cerca de 50 pessoas participaram da encenação.
“Nossa ideia é fazer coro às muitas manifestações que estão acontecendo lá no México e no mundo todo. Principalmente para denunciar que esse foi um crime de Estado. Queremos fazer uma relação com a violência que o Estado pratica também aqui. Nós somos os 43 também, o Amarildo são os 43, o Carandiru são os 43, o Estado é assassino, terrorista, tanto lá como aqui”, disse Gabriela Moncau, militante do coletivo Desentorpecendo A Razão, uma das organizadoras.
Participaram da manifestação membros dos movimentos ou coletivos Piratas de Galocha, Parlendas, Buraco do Oráculo, Movimento Passe Livre, Rede Dois de Outubro, Frente de Esculacho Popular, Comitê Popular da Copa, Casa Mafalda, entre outros.
No dia 26 de setembro, um grupo de estudante mexicanos saiu da Escola Normal Rural de Ayotzinapa rumo à capital do país para participar de uma marcha, marcada para o dia 2 de outubro. A atividade marcaria o aniversário do Massacre de Tlatelolco, em 1968, quando de 200 a 300 estudantes foram mortos pela polícia durante um protesto.
Para ir à Cidade do México, eles “apreenderam” um ônibus privado – que também serviria para arrecadar subsídios (comida e dinheiro) para atividades acadêmicas. Quando passavam pelo município de Iguala, os alunos foram surpreendidos por uma violenta ação da polícia local.
Testemunhas disseram que civis encapuzados – homens ligados ao grupo criminoso Guerreros Unidos – também participaram da ação. No episódio, seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e 43 jovens desapareceram.