Em média, 45 civis são mortos em supostos confrontos com a polícia por mês, em São Paulo. Revela um rastreamento sobre a letalidade dos PMs de SP feito pelo R7 em dados do Setor de Inteligência e da Corregedoria (órgão fiscalizador) da corporação. Os números vão de julho de 1995, quando o governo paulista passou a divulgar estatísticas trimestrais sobre a criminalidade no Estado, até julho deste ano, que já teve um crescimento de 62% da letalidade da PM em relação com o ano passado.
Os supostos enfrentamentos entre PMs e parte da população civil fizeram 11.569 mortos, 10.379 civis e 1.190 PMs. A média de 45 civis mortos por PMs ao mês considera casos nos quais eles matam em supostos tiroteios durante o trabalho e também durante a folga. Durante a folga, podem ser crimes motivados por questões passionais, brigas de trânsito, de bar, vinganças etc.
Mortes como a do camelô Carlos Augusto Muniz Braga, 30 anos, quinta-feira (18), passada na Lapa, zona oeste de São Paulo, ficam fora das estatísticas oficiais trimestrais da letalidade policial da Secretaria da Segurança Pública da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).
Os dados do Setor de Inteligência e da Corregedoria da PM sobre a letalidade dos PMs divergem dos apresentados trimestralmente pela Segurança Pública. Em seu site, a pasta divulga somente as mortes cometidas por PMs durante o horário de trabalho e classificadas hoje como “mortes em decorrência de intervenção policial”, antes as chamadas “resistência [à prisão] seguida de morte”.
Pelos dados apresentados pela Segurança Pública, de julho de 1995 a julho deste ano, PMs mataram 8.453 pessoas no Estado de São Paulo. Os 1.926 homicídios dolosos que tiveram PMs como autores, são omitidos nos dados dos homicídios dolosos, que representa 18,5% do total de mortos por PMs em São Paulo.
Fonte: R7 e Ponte
Foto: Caio Polazzo- Ponte Jornalismo