Uma reunião para explicar as mudanças anunciadas pelo Bradesco no plano de previdência complementar dos seus funcionários aconteceu nesta terça-feira (02), no auditório do Sindicato dos Bancários da Bahia, em Salvador. Estavam presentes para prestar os esclarecimentos, o economista e vice-presidente da Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão), José Ricardo Sasseron, e a coordenadora nacional da COE (Comissão dos Empregados) do Bradesco, Elaine Cutis. O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, participou das discussões.
O Bradesco pretende, de forma arbitrária e sem negociação com os sindicatos, implementar mudanças no plano de previdência 4×4 dos empregados, que passaria para 5×4, ou seja, os bancários contribuiriam com 4% do salário enquanto o banco com 5%. Cerca de 40% dos funcionários possuem este plano.
Para Ricardo Sasseron, o que no primeiro momento parece ser uma vantagem para os trabalhadores, na verdade, torna-se prejudicial. Já que no plano 4×4 o saldo acumulado é corrigido pela taxa de juros fixa de 5% mais a inflação do período, enquanto que no 5×4 é flexível, seguindo a taxa de longo prazo dos títulos do Tesouro Nacional, que está em tendência de queda. “O impacto da taxa de juros é maior que o aumento da contribuição do Bradesco”, conclui Sasseron. Segundo ele, os funcionários que migrarem para o 5×4 poderão perder cerca de 25% do valor do benefício.
Elaine Cutis denuncia que os bancários estão sendo coagidos ilegalmente a assinarem o termo de quitação em relação ao plano antigo, com a ameaça do banco de que não contribuirá mais para o 4×4. Além disso, o Bradesco promete liberar o saque da reserva para os que migrarem. O pior que até o momento a empresa não divulgou o regulamento do novo plano.