Adoção do “vagão rosa” em São Paulo segrega mulheres, defende cetebista

Na última sexta-feira (18), diversas entidades promoveram um protesto, na Praça da Sé,  contra a criação de vagões exclusivos para mulheres nos trens e metrôs de São Paulo, apelidado de vagão rosa.

A proposta, de autoria do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), foi aprovada no último dia 4 de julho, na Assembleia Legislativa de São Paulo e agora aguarda sanção ou veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

De acordo, com o deputado, o objetivo do projeto é reduzir os casos de assédio sexual no transporte, principalmente nos horários de pico. Os movimentos feministas discordam e argumentam que a medida só aumenta a segregação.

rosa anacletoNa opinião da metroviária e presidente da Unegro-SP, Rosa Anacleto, a iniciativa não resolve o problema do abuso, pelo contrário, é uma medida paliativa que discrimina a mulher. “As mulheres compõem a maioria da população. Elas têm o direito de utilizar o transporte público com segurança e medidas como essa restringem esse direito, além de promover a segregação. Sem falar, que apenas dois vagões são insuficientes para atender à demanda”, destacou a dirigente.

Para a cetebista, outras medidas poderiam ser adotadas para resolver o problema do abuso sexual enfrentado pelas usuárias do sistema, como a adoção de uma campanha de conscientização; e a ampliação e treinamento do corpo de segurança. “Os assediadores teriam receio de agir, percebendo que há um controle ostensivo”.

Outra proposta, de acordo com a sindicalista, seria a ampliação do corpo de feminino de segurança. “Nem sempre as mulheres têm coragem de falar com um segurança masculino. Uma agente feminina facilitaria a comunicação”, destaca Rosa.

Mesmo que a decisão esteja agora nas mãos do governador, as companhias de transporte já se manifestaram contra a medida. Em nota enviada à imprensa, o Metrô e a CPTM afirmaram que “entendem que a criação de carro exclusivo para mulheres infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade”.

O protesto começou às 17h, na praça da Sé, e seguiu pelas ruas do centro até o Theatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, onde foi encerrado por volta das 19h40.

Um novo ato está marcado para a próxima sexta-feira, na praça do Ciclista, na avenida Paulista, a partir das 17h.

Portal CTB

 

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