CTB-MA divulga nota contra centenas de demissões na norte-americana Alumar

Diante do anúncio oficial de que a Alumar – consórcio formado pela norte-americana Alcoa, pela australiana BHP Billington e pela anglo-australiana RioTintoAlcan – , demitirá 500 trabalhadores, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, seção do Maranhão (CTB-MA), vem a público para denunciar tal decisão como crime contra os trabalhadores e a economia nacional, pois a multinacional desde a sua instalação no Maranhão em 1980 tem sido beneficiária de recursos públicos por meio de financiamentos de agências como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), cessão de área para edificação da fábrica, isenção de impostos municipais, estaduais e federais e desoneração da exportação de produtos semielaborados (Lei Kandir);

Exemplificar que, em 2009, a Alcoa obteve financiamento do BNDES de R$ 950 milhões, dos quais R$ 200 milhões seriam empregados na expansão da unidade 2 da refinaria de alumina de São Luís. A contrapartida seria a criação de 13 mil empregos no Maranhão;

Relembrar que, em abril de 2012, a Alcoa chantageou o governo brasileiro ameaçando fechar a unidade maranhense, uma das mais rentáveis das 44 fábricas do grupo no mundo, para obter por mais anos a compra de energia pelo menor preço do mercado internacional. Em junho, a presidenta Dilma Rousseff, após se reunir com o presidente mundial da Alcoa, Klaus Kleinfeld, anunciou a continuidade de venda de energia subsidiada à multinacional até 2024. Em troca, a Alumar deveria manter os empregos;

Mostrar que a Alumar tem insistentemente propalado suposta crise mundial no setor do alumínio, apesar da retomada de crescimento econômico dos EUA e da Europa e da manutenção de elevadas taxas de crescimento nos países em desenvolvimento, como os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), que têm se refletido na crescente demanda por alumínio, como demonstram publicações especializadas;

Reafirmar que não cabe aos trabalhadores arcarem com o peso de supostos problemas econômicos e administrativos da multinacional, pois em três décadas de bonança, a Alumar pouco beneficiou a seus empregados e sequer cumpriu as metas de autossuficiência energética e de verticalização da produção, com o objetivo de atender ao mercado interno;

Cobrar das bancadas do Maranhão na Câmara Federal e Senado, da Assembleia Legislativa, da Câmara Municipal, da governadora Roseana Sarney e do prefeito Edivaldo Holanda Jr. posicionamento quanto à garantia do emprego dos 500 trabalhadores maranhenses;

Emprestar toda a solidariedade aos companheiros metalúrgicos e a seu sindicato, o Sindmetal, e colocar-se à disposição, como fez em 2012, para contribuir com as jornadas de luta pela garantia do emprego e manutenção de direitos.

Júlio Guterres
Presidente da CTB-MA

 

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