Entre os dias 3 e 4 de maio, realizou-se em Havana, Cuba, o 6º Encontro Sindical Nossa América (ESNA). Leia abaixo a íntegra da declaração final do encontro.
Declaração do 6° Encontro Sindical Nossa América (ESNA)
Uma nova experiência da luta de classes se processa em todo o mundo e, de Havana, Cuba, no 6º Encontro Sindical Nossa América (ESNA), propomos sermos protagonistas desta história e contribuir na geração de uma ofensiva dos trabalhadores e dos povos para derrotar o regime capitalista, mergulhado em uma longa crise.
Isso supõe acabar com a ofensiva liberalizante do capital contra os trabalhadores, a sociedade popular e a natureza. Esta ofensiva capitalista utiliza a crise atual para exercer chantagem sobre os trabalhadores, suas famílias, seus ingressos e condições de vida e de trabalho, sobre o meio ambiente e as formas culturais de relações cotidianas. O objetivo do capitalismo, enquanto as relações de exploração e dominação é reproduzir essas condições materiais.
No entanto, junto à iniciativa das classes dominantes, se desenrola nossa luta, a dos trabalhadores e dos povos. Sabemos que a luta de classes é constitutiva da história, no confronto de dominantes e dominados, que faz séculos transita o horizonte da exploração capitalista. Os trabalhadores têm protagonizado várias lutas contra a opressão e a exploração capitalista, construindo experiências que precisam ser estudadas e analisadas criticamente, especialmente na construção do socialismo.
Neste contexto, saudamos a realização do nosso 6º Encontro em Cuba, território da mais importante experiência na construção do socialismo. O povo cubano e, especialmente, a CTC foram aconchegantes anfitriões e generosos em apresentar seus problemas, preocupações, avanços e ameaças na epopeia desta gigantesca experiência humana que significa gestar umas relações sociais solidárias, e em harmonia com a natureza para as gerações atuais e futuras.
Temos muito a aprender de Cuba, mas também a revolução cubana reaviva seu projeto emancipador com mudanças que reafirmam o seu caminho, enquanto estuda e analisa a experiência de mudança política na região Latino-americana e Caribenha.
Em primeiro lugar destaca-se a recreação no imaginário popular da luta pelo socialismo, que nos trouxe a proposta venezuelana do socialismo do século 21, ou a boliviana do Socialismo Comunitário, a contribuição de Nicarágua com o modelo Revolucionário, Cristão, Socialista e Solidário. Também surgem novas formulações, tais como o caminho da democratização comunitária que traz Venezuela para desafiar a ordem contemporânea e a ameaça imperialista sobre seu processo político e social de transformação e emancipação; ou aquelas listadas nos textos constitucionais tais como o “Viver Bem ” na Bolívia, ou um “Bom Viver” no Equador, que precisam ser enriquecidos desde essas experiências e ir além, para articular a recuperação do imaginário indígena, originário, camponês com o nosso projeto americano pelo qual lutaram os libertadores, claro sob as condições do desafio que enfrentamos no século 21.
Neste contexto, é importante mencionar as quantiosas experiências que abonam a mudança política com a diversa participação dos trabalhadores, dos povos, das organizações sociais e políticas para fazer avançar o projeto anticolonial, anticapitalista, antiimperialista contra o patriarcado e a discriminação racial e de gênero. São as lutas populares em nossos países que geraram condições para que a esquerda assuma governos ou seja parte dele, ou que dispute a nível institucional a agenda operária, camponesa, das mulheres, dos jovens, das várias minorias, do pensamento e da cultura.
Não é um caminho fácil, ameaças do poder global imperialista e das classes dominantes locais, que não se resignam a ter perdido voltam para a briga com uma ofensiva inovadora, com a intervenção militar no Haiti e vários golpes, de um novo tipo, em Honduras ou Paraguai, e com tentativas falidas em vários países, abortadas pela resistência dos povos.
Desde a riqueza da diversidade de nossos processos em Nossamérica avançamos como nunca na integração e mesmo com as diferenças e nuances, destaca-se a Celac e Unasul como projetos inovadores que procuram o objetivo integrador sem a presença da América do Norte. Este fenômeno de integração inclui a novidade da Alba-TCP e a tentativa de participação dos movimentos populares em países que não se incluem no acordo institucional. A combinação de processos nacionais de mudança e esforço de integração constituem as novidades desse tempo, que contra arrestam as ameaças da Aliança do Pacífico como Alca revivificada ou os avances nas negociações para um acordo de livre comércio com a União Europeia, como se a Europa fosse menos imperialista do que os EUA.
Nosso tempo se define pela confrontação de dois projetos: o da dominação imperialista via liberalização da economia, com flexibilização, precariedade salarial e laboral e a super-exploração da Natureza, bem como os processos de luta dos trabalhadores e dos povos na tentativa para realizar a emancipação social de várias gerações na história e que hoje nós propomos tornar realidade.
Companheiras e Companheiros:
Marchemos juntos no 1º de agosto pelas nossas ruas, para demonstrar toda a nossa solidariedade com a revolução Bolivariana, seu povo e seu governo liderado por Nicolás Maduro!
Temos de respaldar e apoiar o Processo de Paz na Colômbia!
Intensifiquemos a luta, mostrando solidariedade, fortalecendo os processos de Unidade da nossa classe e dos nossos povos!
A tudo isso, estamos convidando para levar as bandeiras de nossos Libertadores, as de Bolívar, de Marti e também do legado do comandante Hugo Chávez Frias!
Cuba, maio de 2014.