A 10ª edição da Virada Cultural de São Paulo, que ocorrerá nos próximos dias 17 e 18, ganhará programação descentralizada dos 31 Centros de Educação Unificados (CEUs) da cidade, além de reforço na segurança na região central, para evitar assaltos e furtos, principalmente durante os deslocamentos de um palco para outro. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (7) pelo prefeito Fernando Haddad e pelo secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira.
O perímetro da Virada Cultural foi reduzido em 20% em comparação com o ano passado para facilitar o policiamento e reduzir a distância entre um palco e outro, principal ponto de furtos e roubos. Além disso, o efetivo da Guarda Civil Municipal para o evento teve um acréscimo de 500 oficiais, totalizando 1.800. A Polícia Militar destacará 3.700 homens para o evento.
Na edição de 2013, a PM registrou 17 prisões em flagrante, 12 roubos, 12 tumultos, seis esfaqueamentos e 37 prisões, sendo nove menores, além de apreender uma arma. Pelo menos 4 milhões de pessoas participaram das 900 atrações da Virada passada.
“A Polícia Militar fez um trabalho intenso com a Secretaria de Cultura do município para repensar a logística da Virada, criando rotas seguras entre os palcos, que é o lugar de vulnerabilidade da população. Eles fizeram um mapeamento e nós seguimos à risca todas as recomendações feitas pela PM”, afirmou Haddad durante o evento. “Todos nós estamos fazendo um esforço para criar rotas seguras entre os palcos e ampliar os efetivos que vão atuar principalmente na madrugada.”
Nas adaptações para segurança, o número de palcos foi reduzido em relação ao do ano passado, totalizando 16. Apesar disso, Ferreira garante que o número de atrações não diminuirá. O total de atividades culturais da Virada ainda não está fechado, uma vez que alguns contratos com artistas ainda estão sendo definidos.
“Com a incorporação dos CEUs, de outros equipamentos e de centros culturais privados que se engajaram na Virada nós aumentamos o número de atrações”, garantiu o secretário de Cultura. “Tivemos problemas na circulação de um palco para outro, em especial nos locais mais escuros ou quando se tinha uma grande distância. Então, a polícia propôs uma redução no território da Virada sem precisar reduzir as atrações.”
O secretário afirmou que solicitou ao prefeito prioridade para a troca da iluminação pública no perímetro da Virada, o que já foi iniciado. Além disso, serão instaladas bases policiais elevadas para que os oficiais tenham um melhor controle visual da área de circulação.
Na periferia
A edição deste ano da Virada Cultural contará com programação descentralizada, nas unidades dos CEUs da capital paulista. A programação conta com Marcelo Jeneci no CEU Vila Curuçá, em São Miguel Paulista, às 18h do sábado; Tribo de Jah no CEU Quinta do Sol, na Penha, às 19h do sábado, e Velhas Virgens no CEU Tiquatira, também na Penha, às 15h do domingo.
Durante entrevista à imprensa, o prefeito negou que a incorporação dos CEUs à Virada Cultural seja uma estratégia para reduzir o número de assaltos e furtos. “A Virada nos CEUs é uma demanda da comunidade, que quer atrações nos bairros”, afirmou.
Além dos CEUs, 12 unidades do Sesc participam da Virada Cultural, com mais de 300 atrações, entre apresentações de música, dança, artes visuais, cinema, exposições e oficinas. Os eventos ocorrerão nas unidades Belenzinho, Bom Retiro, Carmo, Consolação, Interlagos, Ipiranga, Itaquera, Pinheiros, Pompeia, Santana, Santo Amaro e Vila Mariana, além do CineSesc.
Mais novidades
Essa é a primeira edição da Virada Cultural que contará com patrocínio de empresas, por meio de parcerias público-privadas, articuladas pela São Paulo Turismo, empresa municipal de turismo e eventos que dá suporte à Secretaria Especial para Assuntos de Turismo.
A primeira empresa a apoiar é a Petrobras, que investiu R$ 1 milhão no evento. O custo total da Virada será, segundo o secretário de Cultura, de pelo menos R$ 13 milhões. No ano passado foram gastos R$ 11 milhões.
Participantes do programa De Braços Abertos, que atende a usuários de crack na região central, também integrarão a programação da Virada Cultural, com atrações circenses, em parceira com outros artistas da área.
“Alguns dos dependentes químicos são artistas e estavam nas ruas. Estamos fazendo um trabalho para eles se apresentarem como parte de um processo de restauração da dignidade e afirmação pessoal”, diz Ferreira. “A gente vem trabalhando com o De Braços Abertos desde o começo. As experiências mostram que a cultura é um instrumento importante de reconstrução da dignidade pessoal.”
“Estamos fazendo um forte trabalho para reocupar a região da Luz sem expulsar ninguém e sem promover nenhuma ação higienista. Pelo contrário, todos os dependentes químicos que nos procuraram foram acolhidos”, afirmou o prefeito.
Confira a programação completa da Virada Cultural aqui.
Fonte: Rede Brasil Atual