Os trabalhadores da metalúrgica Gerdau atenderam ao chamado do Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho, na manhã desta segunda-feira (31), e atrasaram as atividades em uma grande assembleia realizada na porta da fábrica, para denunciar os vários acidentes que têm acontecido.
No dia 25 de março, no setor de corte-dobra, ocorreu um gravíssimo acidente com um funcionário do setor de manutenção. Ele está hospitalizado, mas a empresa insiste em dizer que o trabalhador está bem, escondendo os reais fatos.
A nova gestão da Gerdau insiste em dizer que os acidentes acontecem por falha comportamental, mas o Sindicato, há tempos, vem denunciando as condições de trabalho e dos equipamentos, que não têm condições de operação.
Outra situação que revolta os trabalhadores é a demissão do funcionário Hermínio Marques, que está sequelado e mutilado em decorrência de um grave acidente ocorrido na empresa.
Importante lembrar que essa mobilização acontece ainda na Gerdau/Pinda, no Estado de São Paulo, onde os trabalhadores sofrem com a falta de segurança na empresa e, por isso, também estão se mobilizando com paralisações, que ocorreram nos dias 27 e 28 de março.
Alimentação
Os trabalhadores terceirizados não suportam mais o descaso da Gerdau diante do desjejum que é servido. Segundo as denúncias, os alimentos estão quase sempre fora de validade e não atendem à quantidade de trabalhadores.
Outra situação que está incomodando é a dos funcionários que trabalham na cozinha do refeitório. “Eles denunciam uma coordenadora, autoritária e perseguidora, que transforma o local em uma senzala. Tudo isso sobre a tutela do responsável da Gerdau pelo contrato”, diz Wilson Santos, presidente do Sindicato.
Durante os protestos, a empresa usou de todos os meios para fazer os trabalhadores entrarem na fábrica, inclusive desviando o percurso do ônibus. Uma clara agressão ao direito dos trabalhadores de se organizarem.
O Sindicato deixa claro que não vai admitir essas intervenções por parte da gestão da Gerdau aqui na Bahia. “Aguardamos uma reunião com a diretoria da empresa para solucionarmos todos os pontos denunciados pelos trabalhadores, pois a maior siderúrgica das Américas, que triplicou seu lucro no último trimestre de 2013, não pode continuar a explorar os trabalhadores na Usiba”, diz Robison Rosa, diretor da Fetim-BA.
Fonte: Fetim-BA