A fim de desenvolver uma política de fortalecimento das relações entre trabalhadores e patrões, os trabalhadores aeroviários do Estado de Alagoas, reunidos em assembleia de fundação de entidade sindical, criaram no último mês de dezembro, com apoio maciço da categoria, o Sindicato dos Aeroviários de Alagoas (Sindiaero-AL).
Na prática, a categoria se sentia como uma colônia do RJ, onde é a sede do Sindicato Nacional dos Aeroviários. Sem autonomia para organizar as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras aos ditames de uma entidade nacional governista e omissa frente aos ataques sofridos pelas empresas do setor aéreo, a categoria reagiu, rompeu com essa situação e aponta o caminho das mobilizações por seus direitos e reivindicações.
De acordo com os sindicalistas, são muitas questões sem lutas demandadas como: periculosidade, insalubridade, baixos salários, entre outros. Assédio moral é também uma constante no setor. Tudo isso sem a presença e a mobilização do sindicato nacional, totalmente atrelado aos empresários e o governo. Sem respostas, a categoria em vários estados (não é só em Alagoas) está se rebelando contra este estado de coisas.
A iniciativa teve o apoio da CTB nacional e estadual. “Na criação do sindicato foi dado o pontapé inicial para a organização dos trabalhadores e trabalhadoras, agora o que temos que fazer é arregaçar as mangas e ir à luta para quebrarmos um paradigma muito grande que existe na classe patronal, onde é preciso enxergar o trabalhador como um investimento na empresa e não como gasto. O desafio está posto, a campanha salarial da categoria está em curso. A data-base é dezembro. Em Alagoas os Aeroviários terão todo o apoio da CTB-AL para suas mobilizações”, afirma Sinval Costa, presidente da estadual.
“É papel do Sindicato, enquanto entidade sindical, zelar por sua categoria. Vamos criar uma verdadeira simbiose entre os trabalhadores e todos os dirigentes e equipe. A consolidação do Sindiaero-AL passa pelo esforço de todos nós e o objetivo do Sindicato é fortalecer a categoria. A partir desse entendimento vimos que é preciso organizar os trabalhadores para fazermos o enfrentamento nessa luta de classes” afirma o presidente da Entidade, Cristiano Calheiros.
Para o secretário-geral, Carlos Carvalho, pelas contas feitas existem em torno de 500 trabalhadores considerados aeroviários na base do Sindicato. “Essa iniciativa terá como principal tarefa, garantir a proteção e defesa dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. Evidentemente que sabemos que é muito difícil conduzir os conflitos entre o capital x trabalho, é preciso paciência, ousadia e persistência, estar muito bem preparado e atuar com a força da categoria a fim de disputar conquistas nesse processo”, afirmou.
Por Dilson Tenório