Os servidores da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto (SP) decidiram, durante assembleia realizada na noite desta terça-feira (10), dar sequência à greve pela redução da jornada de trabalho semanal para 30 horas – prevista em lei, mas suspensa por decreto municipal. Sem resposta por parte da Prefeitura referente à proposta apresentada pelo Sindicato dos Servidores Municipais, que sugeria remanejamento de escala como solução para o impasse, auxiliares e técnicos de enfermagem, de farmácia e saúde bucal completam dez dias de greve nesta quinta-feira (13).
Parte dos agentes de enfermagem, técnicos em enfermagem, auxiliares farmacêuticos, agentes odontológicos e técnicos de higiene dental paralisou as atividades no dia 3, em protesto pela redução da jornada de trabalho de 36 para 30 horas, prevista em lei municipal e que deveria ter entrado em vigor no dia 1º de fevereiro.
Desde o início da paralisação, a Prefeitura alega que, para reduzir a carga horária dos servidores, precisaria contratar mais 240 funcionários, o que acrescentaria mais R$ 900 mil à folha de pagamento e traria problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Na segunda-feira (10), no entanto, o sindicato dos servidores apresentou uma proposta alegando que é possível reajustar as horas semanais por meio de um remanejamento de escala que dispensa novas contratações.
De acordo com a entidade que representa os funcionários públicos, nenhuma resposta foi apresentada até a realização da assembleia na terça, encontro que, poderia pôr fim à paralisação. “Mais uma vez foi dada a prova de que os servidores estão em segundo plano. Nenhuma proposta foi feita, apenas uma promessa de que na quarta-feira (12), o governo se posicionará e fará uma oferta para a categoria. Agora, se eles não têm propostas, nós temos: greve”, afirmou o presidente do sindicato, Wagner Rodrigues.
Os servidores também aprovaram, por unanimidade, uma grande manifestação a partir das 7 horas em frente à Secretaria Municipal da Saúde, onde deverá ser realizado um enterro simbólico do secretário da Saúde, Stenio Miranda.
“Os servidores estão se sentindo desrespeitados. Parece que o governo quis nos fazer de palhaços. Ficamos a manhã toda da terça-feira (11) e a sensação clara é de que o trabalho feito pelos servidores foi totalmente ignorado. E não adianta se esconder, pois vamos buscar o governo onde quer que ele esteja”, diz o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.
O Sindicato vai ingressar com um pedido na Justiça para que a prefeitura apresente uma resposta sobre o relatório final da reunião que discutiu as escalas de trabalho. “O que o governo fez foi um verdadeiro monólogo. Eles estão apenas fingindo que ouvem a categoria, quando na verdade o que vale é apenas o que eles dizem: não!”, fala a secretária geral do Sindicato e vice-presidente da CTB-SP, Jacira Campelo.
Portal CTB