Entre os dias 3 e 4 de maio ocorrerá em Havana (Cuba) o 6º Encontro Sindical Nossa América (ESNA), as entidades filiadas à CTB estão se mobilizando para participarem da atividade.
Dentre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee) anunciou que irá enviar representantes que terão a oportunidade de debater sobre os desafios do movimento sindical da América Latina e Caribe.
Em entrevista à Contee a coordenadora da secretaria de Políticas Internacionais da entidade, Maria Clotilde Lemos Petta, definiu o ESNA como “um espaço de unidade da classe trabalhadora em torno de uma plataforma comum antineoliberal e anti-imperialista”. Ela ressaltou a importância do encontro e a relação entre política externa e projeto nacional de desenvolvimento.
Qual o objetivo do ESNA e a importância da participação da Contee no encontro?
Maria Petta: O Encontro Sindical Nossa América objetiva contribuir para um maior protagonismo da classe trabalhadores nas lutas políticas em curso no nosso continente e desenvolver um programa de formação, investigação e assistência técnica na região, assim como campanhas de solidariedade e em defesa da liberdade sindical.
A Contee, no planejamento da atual gestão, definiu como uma das suas prioridades na sua atuação internacional a intensificação das relações com organizações sindicais dos países da América Latina e Caribe. Nessa perspectiva, o ESNA é um espaço importante de aprofundamento dessas relações, contribuindo para a unidade de ação do movimento dos trabalhadores em torno de uma plataforma comum antineoliberal e anti-imperialista.
Por que é tão importante o diálogo e a articulação entre os trabalhadores da América Latina?
Cabe considerar que os Estados Unidos, aliados às direitas nacionais, desenvolvem uma política extremamente agressiva na defesa de seu projeto no continente. Os recentes episódios, como as ações de espionagem, são reveladores dessa política. Nesse contexto, o projeto soberano de integração latino-americano e caribenho colide com o projeto estadunidense de preservar sua esfera de influência no continente através da Comunidade do Pacífico (Colômbia, Peru, Chile e México). Sendo assim, são colocados novos desafios para as organizações sindicais que precisam atuar de forma articulada em torno de agendas unitárias na defesa de uma inserção altiva em relação aos EUA e da consolidação de projetos soberanos e democráticos.
No último Consind (Conselho Estadual de Políticas Salariais e Relações Sindicais), a Secretaria de Políticas Internacionais da Contee lançou o primeiro volume dos Cadernos de Política Internacional, justamente com o tema da integração latino-americana. Quais outras ações a secretaria pretende desenvolver em 2014 neste sentido?
O primeiro caderno lançado em 2013 objetivou contribuir com informações básicas sobre o processo de integração latino-americana e caribenha. Pretendemos, no decorrer de 2014, aprofundar esse debate, tendo como tema o papel do Brasil na nova ordem (ou desordem) mundial. Dado o fato da realização das eleições gerais, é preciso pautar o debate das propostas referentes à política externa brasileira que serão defendidas pelos candidatos. Nessa perspectiva, pretendemos produzir um segundo caderno de políticas internacionais com textos tratando da relação entre política externa e projeto nacional de desenvolvimento.
Outro desafio colocado no planejamento é o aprofundamento das relações com organizações internacionais de trabalhadores em educação. Com esse objetivo temos já agendada para 2014 nossa participação em eventos internacionais organizados pelos trabalhadores em educação.
Fonte: Contee