Na quinta-feira (30), estudantes e profissionais estiveram reunidos durante o 1º Fórum Baiano de Comunicação e Democracia, que foi realizado no Hotel Matiz, em Salvador. O encontro contou com representantes nacionais das mais diversas áreas da comunicação, que apresentaram suas opiniões a respeito de temas como a democratização das mídias, TV Digital e o mercado de comunicação.
Promovido pelo Conselho Estadual de Comunicação, único no país, o encontro teve início com a fala do secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida. “O objetivo desse Fórum é trazer para a Bahia um debate que é tão importante, mas que ainda não havia acontecido aqui. Além disso, o Conselho de Comunicação quer aproximar discussões como essa da sociedade.”
Com o tema Agenda Nacional (Tele) Comunicação 2014, a primeira mesa do evento contou com a participação do representante do Ministério das Comunicações, Otávio Pieranti, que tratou das iniciativas do ministério voltadas para o Estado, entre as quais a aprovação do Canal Cidadania na Bahia. Rosana Alcântara, da Ancine, declarou que o audiovisual está no centro dos debates em todo o mundo e que o Brasil precisa fortalecer mais essa discussão.
Para o senador Walter Pinheiro, é necessário avançar na comunicação brasileira e a TV Digital deve fortalecer a inclusão e interação com a população. “Nós queremos banda larga para inclusão, para permitir que todas as pessoas tenham acesso à tecnologia de qualidade no país”, afirmou.
Desafios da Digitalização na Comunicação Pública e no Mercado
O segundo painel de discussões começou com a explanação de Luís Gurgel, coordenador da SBT Nordeste, que tratou das dificuldades e necessidades da Digitalização da TV Aberta no país. Sobre a formação de grandes redes televisivas, ele declarou que esse aspecto tem um grande efeito colateral, o “colonialismo cultural”. “Os produtos que chegam as regiões mais remotas do Brasil são produzidos, em grande parte, no eixo Rio –São Paulo. Ou seja, as pessoas absorvem os valores culturais desses locais”.
Na ocasião, a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Marjorie Moura, comemorou o decreto publicado pelo Governo do Estado nesta quinta-feira (30), que regulamenta a profissão de servidores jornalistas e radialistas. Eduardo Castro, representante da Empresa Brasil de Comunicação, tratou das iniciativas públicas da agência para o setor.
Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, disse que seria interessante que o Brasil promovesse mais iniciativas como essa e que o avanço da tecnologia está mudando o modelo de negócios em todo o mundo, já com os novos atores desse setor. “A comunicação é o setor da economia que mais recebe investimentos no mundo. É uma área estratégica para qualquer nação”, declarou.
Para Altamiro, é urgente tratar da questão do Marco Regulatório no Brasil. “Não vamos resolver nada sem conseguir tratar do Marco antes. É preciso regulamentar o Marco Regulatório para resolver os passivos do país e os problemas que ainda vão surgir”.
Conselho de Comunicação da Bahia
A última discussão do encontro foi sobre o Conselho. Robinson Almeida disse que o Fórum faz parte do fechamento das realizações do Conselho de Comunicação Social da Bahia. Segundo ele, a nova gestão do conselho vai ter uma caminhada ainda melhor e há vários desafios na pauta.
O conselheiro de Comunicação da Bahia, Maurício Xavier, declarou que seria impossível pensar em audiovisual na Bahia se não fosse o Irdeb. Já Nei Bandeira, membro do Conselho e diretor da TV Aratu, afirmou que a Multiprogramação vai permitir que seja criado uma importante rede regional de televisão.
Por Ana Emília Ribeiro