Foi-se o tempo em que viajar era para poucos, ainda mais quando o destino não era por escolha profissional, mas de lazer ou uma oportunidade para conhecer novas culturas.
Pesquisas recentes da Fundação Getúlio Vargas indicam que os gaúchos têm a maior intenção de viajar entre os brasileiros e que o seu destino tanto pode ser o mercado doméstico quanto qualquer outro lugar no mundo. Mas um dado também tem se destacado: se os gaúchos estão viajando mais, o fenômeno é recíproco quando analisamos o receptivo turístico, ou seja, nunca recebemos tantos turistas quanto agora.
Dados da Infraero demonstram um crescimento superior a 12% com relação ao ano anterior no número de desembarques internacionais no Rio Grande do Sul em 2012. Mesmo ainda não consolidados os índices de 2013, é possível afirmar que estes tendem a ser ainda maiores, com base na projeção para o período, o que nos coloca como o terceiro Estado com maior fluxo, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Este fenômeno é global e, não à toa, a atividade turística passou a ser tão importante para qualquer economia emergente, pois ela é altamente rentável. Já no final do século passado, o turismo era responsável por 12% de todos os empregos existentes e, óbvio, que a disputa por esse filão passou a ser a nova corrida do ouro em escala mundial. É por isso que um destino turístico precisa ser competitivo, e para tal são fundamentais investimentos.
Portanto, este é um dos sentidos primordiais para que comemoremos a oportunidade de sediarmos a Copa do Mundo Fifa 2014. Mais do que uma vitrine, o Mundial nos possibilitará concretizarmos negócios nas mais diversas áreas, o que o torna muito superior, em importância, à simples balança investimentos públicos versus retorno financeiro durante o evento.
É preciso pensarmos que há turistas que trazem não somente dinheiro, mas também interesse em conhecer o Brasil e, talvez, a intenção de aqui investir. Este é o sentido da preparação e qualificação do nosso Estado, com seus valores culturais, naturais e econômicos singulares. O Rio Grande do Sul é “um grande destino” como define a nossa marca turística recentemente lançada e é preciso que o consolidemos como a melhor sede da Copa, porque o retorno assim será iminente.
Apostamos nesta oportunidade, pois, diferente dos pessimistas e dos que acusam os idealizadores do megaevento de ufanistas, esta oportunidade não se repetirá tão cedo. Mais do que ter a Copa, ela precisa ser nossa.
Abgail Pereira é secretária de Turismo do Rio Grande do Sul e ex-secretária da Mulher Trabalhadora da CTB. Texto originalmente publicado em “Zero Hora”.
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