ROMA, 12 NOV – A Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), principal federação sindical do país, anunciou hoje a convocação de uma greve geral para o dia 12 de dezembro, em claro contraste com as duas outras centrais, a Confederação Italiana de Sindicatos de Trabalhadores (CISL) e a União Italiana dos Trabalhadores (UIL).
A convocação da greve aconteceu pouco depois que o secretário da CGIL, Guglielmo Epifani, criticou com termos muito duros uma reunião realizada ontem pelo premier Silvio Berlusconi e alguns de seus ministros junto ao secretário da CISL, Raffaele Bonanni, da UIL, Luigi Angeletti, e à presidente da Confindústria, Emma Marcegaglia.
"O que aconteceu ontem a noite foi algo muito grave, algo sem precedentes", disse Epifani, que exigiu um "encontro imediato com o governo" e acrescentou que enviará cartas aos responsáveis pela CISL, UIL e Confindústria para notificar que a reunião com Berlusconi "cria um problema formal nas relações com as demais organizações sindicais e de empresários".
A reunião convocada por Berlusconi tinha o objetivo de discutir as possíveis medidas do governo para atenuar o impacto da crise financeira internacional no país, por isso Epifani disse que o chefe do Executivo "demonstra que não tem nenhum respeito por seus interlocutores, quando expressam opiniões diferentes das suas".
"O governo não organiza encontros formais para discutir com todas as parcelas sociais, e os encontros 'reservados' os mantêm só com alguns sujeitos, excluindo não só a CGIL, mas também a União Geral dos Trabalhadores (UGL) e outros representantes", destacou Epifani.
O secretário da CGIL disse que a exclusão de seu sindicato era particularmente grave "porque já enviamos ao governo e às outras parcelas sociais uma plataforma com nossas propostas para enfrentar a crise", concluindo que "com sua atitude, o que o governo expressa é sua atitude de não abrir nenhuma discussão com a gente".
A CISL anunciou a revogação da greve que havia convocado para o dia 14 de novembro para protestar contra a reforma universitária lançada pela ministra da Educação, Mariastella Gelmini, dizendo ter obtido as concessões que desejava de parte do governo. (ANSA)