Funcionários do McDonald’s, Wendy’s, Burger King e várias outras redes de fast-food nos EUA pretendem fazer um dia de greve nesta quinta-feira, em um movimento que promete atingir cem cidades em todo o país e acirrar o debate sobre o salário mínimo americano.
A ação deve ser a maior desde que os protestos desses trabalhadores foram iniciados, há pouco mais de um ano, e ocorre um dia após o presidente Barack Obama ter reiterado seu apoio a um projeto de lei que pretende elevar o salário mínimo federal dos atuais US$ 7,25 para US$ 10,10 por hora, mas que enfrenta resistência da oposição republicana no Congresso.
Os trabalhadores do setor de fast-food reivindicam pagamento de US$ 15 por hora. “Não podemos sobreviver com US$ 7,25”, dizem membros do grupo Fast Food Forward, um dos envolvidos nos protestos marcados para esta quinta-feira.
“Enquanto as corporações de fast food se beneficiam com lucro recorde, os trabalhadores mal conseguem sobreviver. Muitos precisam recorrer à assistência social, apesar de terem um emprego.” Segundo um dos organizadores das manifestações, muitos trabalhadores precisam de dois ou três empregos para sobreviver.
O salário médio da categoria é de US$ 9 por hora, ou US$ 18,5 mil por ano. Nos EUA, a linha de pobreza é definida como renda anual de até US$ 23 mil por ano para uma família de quatro pessoas.
Revoltados com os baixos salários, cerca de 200 funcionários de redes de fast-food resolveram fazer um dia de greve em Nova York em novembro do ano passado. Desde então, o movimento ganhou fôlego com novos adeptos e se espalhou pelo país.
Em agosto deste ano, trabalhadores do setor pararam em mais de 60 cidades – a maioria dos restaurantes permaneceu aberta, mas foi palco de protestos de manifestantes portando cartazes e gritando slogans.
Debate
A Associação Nacional dos Restaurantes diz que as ações não passam de uma campanha de relações públicas de sindicatos nacionais que apóiam os protestos e usam ativistas pagos. Alerta também que um reajuste como pedem os manifestantes levaria a demissões e elevação de preços para os consumidores. Mas a onda de protestos atinge outros setores e vem chamando cada vez mais a atenção dos americanos.
Na semana passada, durante as liquidações de Black Friday, manifestantes se reuniram em frente às lojas da rede Wal-Mart em vários Estados pedindo melhores salários para os trabalhadores do comércio.
Na quarta-feira, ao discursar em um dos bairros mais pobres de Washington, o presidente Barack Obama voltou a falar sobre a crescente desigualdade no país e a necessidade de elevar o salário mínimo. “Vou continuar pressionando até que nós tenhamos um salário mínimo mais alto para os americanos que trabalham duro em todo o país. Será bom para a nossa economia. Será bom para as nossas famílias”, disse Obama.
Com informações da BBC