Um pantera incomoda muita gente…!
Dingobel, Dingobel, Dingobel…!
Não leia o meu repente
“saia da aba do meu chapéu”
Vou continuar escrevendo
Ninguém pode com meu cordel.
Tenho sido criticado por alienados
Por afirmar que o velhaco “papai” Noel é filhote do capital
Só faltava essa agora!
Ser julgado nas barras de um tribunal
Condenado a ser queimado como Herege
Por combater uma mentira medíocre do mundo consumista social.
Por que tanta exaltação e referência ao “papai” Noel?
Qual o seu conteúdo sociológico e filosófico?
Qual o seu conteúdo estético artístico?
Se ele nem pertence ao nosso ideário patriótico
Ele pra mim é uma figura estereotipada,
Não chega nem nos pés do saci pererê nosso personagem folclórico.
O “papai” Noel é como os chifres
Que botam na sua cabeça.
A tua “ideologia” subserviente
Faz com que você nem se conheça
Quem vive do ilusório?!…
Vive uma eterna batalha pra que o novo não floresça.
Minta para seu filho
Empregue a mentira na sua cultura
Não mostre pra ele…
Que as coisas da vida se conquistam com a luta
E verás: que mais cedo ou mais tarde
Ele será chamado de um grande filho da P#?!…
Pegue o seu “papai” Noel, imbecil…
E pra seu filho der uma garrafa de sua genitora – A Coca-Cola
Alimente a mentira para as crianças
Proponha uma disciplina dessa ilusão na escola
Não sou culpado pela sua ignorância
O lixo cultural é algo que te controla.
Quanto mais próximo da burrice
E mais longe da inteligência
O ser humano afasta-se do “Mito” da cultura natural
E vai absolvendo à cultura do capital em evidência
Tudo vira mercadoria…
O corpo, a alma, a religião… Ou seja, a cultura humana está em decadência.
Mas o que é a arte?
A apreciação do belo, do estético…
Um povo que preserva a sua cultura, seus mitos,
Tem um comportamento intelectual ético.
Quando defendo a Cultura Nacional
Não nego por inteiro a Cultura Universal, porém, nego tudo que tem valor patético.
Esse “papai” Noel, que mais parece um porco capitalista
O seu figurino e suas cores têm uma autora…
É a mesma que inventou o liquido preto do imperialismo
A Coca-Cola é a sua genitora.
Pra mim é um grande lixo cultural
Todo poder, todo poder! Ao poder da vassoura!
Eu sou mais a Mãe D’água, a Vitória Regia…
O Curupira, o Mapinguari, o Saci Pererê,
O Boitatá, a Caipora, o Negrinho do Pastoreio
A Cuca, o Preto Veio, o Boto Cor de Rosa e o Ilê Aiyê
Como esse personagem cocacoliano não existe
Já chega de teretetê…
No meu processo de formação
Adquiri convicção anti-imperialista
Aprendi que a humanidade
Não tem saída sobre o sistema capitalista
Nego essa ideologia por inteiro
Seus mitos e conceitos estão todos fora da filosofia humanista.
Querem me convencer
A acreditar em mitos estereotipados
Sem valor estético patriótico
Pacotes de “cultura” enlatados
De falso valor espiritual
Que servem pra formar um magote de zumbis alienados.
Embriagado sobre altas doses
Do aparelho ideológico do Estado
O individuo vai se moldando
Num sujeito cada vez mais alienado
Não enxergando um palmo além do nariz
Um criminoso egoísta mesquinho, que com o mundo real coletivo não está preocupado.
Vou escrevendo o meu cordel
Não dou ouvidos pra qualquer quimera
Tô mais afiado que nunca
Estou com a astúcia de uma pantera
Sou um poeta em busca do mundo de Sofia
Não sou o capeta em forma de besta fera.
Eu não matei, Joana Darc
Nem sou o Último Samurai
Eu não nasci no brejo do cruz
Nem sou Neto de Avohai
O meu pai é um ser humano grandioso, e esse velhaco:
Que os idiotas chamam de “papai” Noel não é o meu pai.
A exaltação exagerada ao “Papai” Noel
É uma agressão a cultura nacional
O nosso espetacular folclore
Tem muito mais coisa especial .
Este é apenas um protesto
Contra a hipocrisia cultural.
Francisco Batista Pantera é Professor, Jornalista, Poeta e Presidente da CTB/RO