“Isto é claramente uma declaração de guerra, não é só à Constituição, é aos portugueses”, afirmou o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), Arménio Carlos, em declarações à Agência Lusa.
O líder sindical considera que a proposta tem como finalidade “destruir as funções sociais do Estado na área da saúde, Segurança Social e também da educação”, com o executivo PSD/CDS-PP a querer fazer destas áreas “um instrumento de negócio, reduzindo o peso do Estado e aumentando o peso dos grupos econômicos e financeiros”.
“O governo devia ter vergonha de ter apresentado uma proposta desta natureza”, avançou Arménio Carlos, sublinhando que o chamado “guião” de reforma do Estado apresentado por Paulo Portas é inadmissível” e “viola aos mais variados níveis a Constituição”.
Segundo o dirigente, o governo “abre uma porta para a tentativa de revisão da Constituição da República Portuguesa e simultaneamente essa porta aberta visa destruir a saúde, a educação e a Segurança Social”, alertou o dirigente sindical, acusando o governo de querer “importar o modelo americano, segundo o princípio de que quem quer saúde, educação e segurança social paga, e quem não tiver dinheiro, não tem acesso”.
“Isto só confirma uma coisa, é que este governo tem consciência que a sua base social de apoio cada vez é mais reduzida e também está numa linha de fuga para a frente para tentar atingir tantos objetivos quanto aqueles que puder, para destruir não só economicamente o país, mas também agora numa linha de destruição social”, rematou.
Mobilização
Diante do atual cenário, os sindicalistas portugueses definiram o dia 26 de novembro como uma data de mobilizações em todo o país. Nesse mesmo dia irá ocorrer a votação final global do Orçamento do Estado para 2014.
Para a mesma data, a CGTP promove o “dia nacional de indignação, protesto e luta”, com greves, paralisações e concentrações em todo o país. “Porque nós somos homens e mulheres de palavra, a CGTP, nomeadamente, o seu conselho nacional reunido esta semana, decidiu propor a esta grande manifestação a realização de um dia nacional de indignação, protesto e luta para o dia 26 de novembro, com greves, paralisações e concentrações em todas as regiões”, anunciou Arménio Carlos.
Com informações da CGTP e do Esquerda.net