FS Temático 2014 divulga seu Manifesto de Convocação

Porto Alegre será novamente a sede do Fórum Social Temático em 2014. A capital gaúcha irá receber ativistas políticos de todo o mundo entre os dias 21 e 25 de janeiro, para discutir a crise capitalista, a democracia, os caminhos para a justiça social e ambiental. Nesta semana, os organizadores do evento divulgaram o Manifesto de Convocação e uma proposta inicial de Programação. Confira abaixo:

MANIFESTO DE CONVOCAÇÃO

O FSM é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de ideias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra. É um processo de caráter mundial. Todos os encontros que se realizem como parte desse processo têm dimensão internacional.

Reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial. É um processo que estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.

Ainda temos muitos motivos para lutar. A crise internacional do sistema capitalista chega ao seu auge com a desestruturação das economias dos países europeus e da retirada constante de direitos sociais de seus trabalhadores e trabalhadoras. Como parte deste processo de crise mundial há uma profunda crítica a capacidade de representação dos anseios políticos por parte dos partidos, inclusive dos partidos de esquerda. Este dois fatores colocam a sociedade civil internacional em alerta para possíveis retrocessos da agenda democrática mundial. A crise política e social não se arrefeceu desde 2012.

Na América Latina, apesar dos esforços de vários governos nacionais a estrutura econômica e social que provocam as profundas desigualdades permanecem intactas. Os governos norte-americanos, independente do viés democrata ou republicano, mantém a política de dominação e subordinação econômica e militar sobre o continente. Utilizam uma pretensa luta contra o tráfico de drogas para ocupar militarmente e com poderio bélico todos os países, em especial, da América Central. Mantém o bloqueio econômico a Cuba e campanhas de desmoralização política contra os governos da Venezuela, Bolívia, Argentina e Equador pelo simples fato destes países não se aliarem a sua agenda hegemonista. É preciso manter a sociedade latino-americana alerta e mobilizada contra eventuais golpes a democracia nestes países como ocorreu em Honduras e Paraguai.

Da mesma forma a crise ambiental continua na ordem do dia. As falsas promessas de uma chamada “economia verde” ilude os governos nacionais e parte dos movimentos ambientalistas em torno de medidas que visam carrear recursos públicos para os setores privados sendo mais uma forma de acumulação capitalista, só que esta, feita em nome da proteção ambiental. Todos estes motivos nos levam a continuar na luta contra a crise capitalista e pela justiça social e ambiental.

A crise capitalista e o quadro de injustiça social e ambiental continuam na agenda do dia. Desde o seu surgimento, o FSM sempre foi um espaço da convergência de todas as organizações e movimentos sociais que acreditam ser possível e necessário um outro mundo. Neste momento da história o FSM continua sendo urgente e necessário. Precisa, no entanto, avançar nas definições e ações consensuais entre todas as organizações e movimentos sociais. Ir além da reflexão e realizar mobilizações contra os abusos das transnacionais e da lógica excludente do sistema financeiro. A crise europeia deve ser uma prioridade, bem como, a crítica à imposição militar como lógica nas relações políticas entre os países. Mais do que isso, o FSM deve ir além da crítica ao modelo capitalista. Deve criar condições do debate sobre novas formas de construção e exercício do poder popular.
O Rio Grande do Sul através de seus movimentos sociais tem sido palco destes debates e mobilizações. Por isso, convocamos aos militantes sociais do mundo para participarem de mais esta edição do Fórum Social Temático, Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental a ser realizada nos dias 21 a 25 de janeiro de 2014, em Porto Alegre.

CONCLAMAMOS A TODAS AS REDES, ORGANIZAÇOES E MOVIMENTOS SOCIAIS DO BRASIL, AMÉRICA LATINA E DOS DEMAIS CONTINENTES QUE PARTICIPEM DO PROCESSO DE MOBILIZAÇAO E ORGANIZAÇÃO DE MAIS ESTE MOMENTO DE LUTA POR UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL.

Comitê de Organização Local

TERRITÓRIO SOCIAL TEMÁTICO

Assembleia Legislativa do RGS; Câmara de Vereadores de Porto Alegre; Casa de Cultura Mário Quintana; Largo Zumbi dos Palmares; Memorial do Rio Grande do Sul; Parque Harmonia; Usina do Gasômetro; Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e outros.

PROPOSTA DE PROGRAMAÇÃO

21/Tarde – Abertura do Fórum Mundial de Educação – Canoas

22/Manhã – Rodas de Convergência e Articulação – Porto Alegre
TEMA: Crise Capitalista
– Mesas do Fórum Mundial de Educação – Canoas       

22/Tarde – Atividades Autogestionárias – Porto Alegre/RS
– Mesas do Fórum Mundial de Educação – Canoas

23/Manhã – Rodas de Convergência e Articulação – Porto Alegre
TEMA: Democracia Real
– Encerramento do Fórum Mundial de Educação – Canoas

23/Tarde – Marcha de Abertura – Porto Alegre/RS

24/manhã – Rodas de Convergências e Articulação – Porto Alegre/RS
TEMA: Justiça Social e Ambiental

24/Tarde – Atividades Autogestionárias – Porto Alegre/RS e Mundo do Trabalho

25/Manhã – Assembléia dos Movimentos Sociais

25/Tarde – Assembléia das Assembléias

IMPORTANTE: As atividades politico-culturais ocorrerão simultaneamente nos espaços e momentos dos debates e atividades política.

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