Quem “estrangula” a Colômbia?

A Colômbia é um país com um futuro promissor em matéria minero-energética, tanto que nos últimos dez anos as multinacionais de diferentes nacionalidades têm sua base e exploração em todo o território nacional, explorando carvão, petróleo, ouro, níquel, gás, entre outros. As facilidades proporcionadas pelo governo, como segurança jurídica, exoneração de impostos, baixas tarifas e concessão de vários recursos, entre outras coisas, têm permitido a presença de grandes beneficiárias dessas vantajosas condições, sem que haja crise alguma para seus interesses.

Com tal cenário tão rentável para as empresas transnacionais, sua voracidade aumenta em detrimento das condições de trabalho dos trabalhadores, já que, com baixos salários e pouca contratação direta, o governo permite a terceirização em grande escala nos setores minero-energéticos, o que leva à precarização do trabalho, ao aprofundamento da pobreza e à exacerbação do conflito social.

Diante de um panorama tão desolador, o conglomerado de trabalhadores se organiza em sindicatos setorizados que reivindica os custos de muitos sacrifícios, o direito à associação, à greve e à negociação de acordos coletivo, procurando manter essencialmente a vigência da contratação direta. A Central Unitaria de trabajadores de Colômbia (CUT), em seu quinto Congresso, precisou agrupar em um só setor da indústria, apesar das dificuldades de todos os tipos, criando a associação Minero-energética (petróleo, gás, carbono, eletricidade, química e outros),

Mas não são apenas as multinacionais que “estrangulam” o país. Na Colômbia existem muitíssima minas – pequenas e grandes – nas mãos de violentos setores armados, em geral controlados por sinistras alianças narco-paramilitares em conluio com setores políticos corruptos e com o grande poder. Recentemente os trabalhadores dessas minas têm lutado, reivindicando direitos sociais e o reconhecimento da legalidade de sua produção.

O papel dos trabalhadores deve ser decisivo, primeiro porque a consolidação de um agrupamento em um só sindicato da indústria unifica e fortalece, permitindo a garantia de um verdadeiro avanço do setor. Somente assim confrontaremos o sistema de capitais internacionais que hoje está no auge.


Jairo Martínez é secretário-geral do Sindicato de Trabalhadores de Energia de Colômbia (SINTRAELECOL) – Seccional Bogotá.

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