Os metalúrgicos do Rio de Janeiro decidiram por unanimidade, na última quinta-feira (3), em assembleia, decretar o estado de greve da categoria. A decisão foi uma resposta à proposta rebaixada dos empresários, que sinalizaram com um aumento de apenas 4,8%, o que sequer cobre a inflação do período.
A assembleia, que ocorreu na sede do Sindimetal-Rio, recebeu metalúrgicos de diversas empresas. A categoria decidiu intensificar as paralisações. Nesta semana, o Sindicato esteve na porta de diversas fábricas. Na Usimeca, Armco e na Eletromar o serviço foi paralisado.
Na próxima semana as paralisações serão intensificadas, apesar de todas as ameaças. O Sindicato já recebeu da justiça o interdito proibitório da Armco, o que impede a entidade de fazer atos na porta desta empresa. Também foi denunciado que uma fábrica ameaçou com demissão os trabalhadores que viessem à assembleia. A diretora Raimunda Leone apresentou queixa na polícia por racismo, após uma funcionária da Usimeca usar palavras preconceituosas contra ela. Segundo Raimunda não é possível que isso ocorra ainda hoje. Ela promete levar à frente o caso e já denunciou também no Conselho dos Direitos da Mulher (Cedim) e no órgão de classe da funcionária.
O presidente do Sindicato, Alex Santos, informou que na primeira reunião com os patrões foi apresentada por eles a proposta de 4,8%. O segundo encontro, que seria no dia 1º de outubro, foi desmarcado um dia antes. “As coisas não andaram, então vamos mobilizar mais os trabalhadores nas empresas. Só com união e garra vamos arrancar nossas vitórias”, declarou.
O diretor Jefferson Carneiro destacou que a luta é grande tanto no Grupo-19, quanto no setor naval, que também prepara suas mobilizações para garantir um aumento justo. O diretor Egeson da Silva salientou que o empresariado pressiona para que o aumento salarial seja rebaixado.
A assembleia contou também com a presença do presidente da CTB-RJ, Ronaldo Leite. Para ele, a resposta dos trabalhadores deve ser com muita mobilização e pressão contra os empresários. Leite destacou ainda que no dia 3, em vários países, foram realizados atos pelo Dia Internacional de Ação. No Rio, a Central fez uma manifestação no centro da cidade.
A assembleia prestou ainda uma homenagem, com um minuto de silêncio, ao trabalhador Rondinele, que faleceu por conta de um acidente em uma fábrica em Paracambi.
Fonte: Sindmetal RJ