A Comissão Internacional de Inquérito sobre a Síria apresentou relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pelo qual afirma que a grande maioria das mortes na Síria ocorreu por armas convencionais. O relatório será divulgado nesta quarta-feira (18) com base em 258 entrevistas e outras evidências coletadas entre 15 de maio e 15 de julho de 2013.
Outro relatório da ONU, sobre o uso de armas químicas, foi tornado público nesta segunda-feira (16). Segundo o documento, há “provas claras e convincentes” de que gás sarin foi usado em 21 de agosto na área de Ghouta, nos arredores da capital Damasco, mas ainda não foi possível descobrir os responsáveis. Em mais um episódio do conflito, após a publicação desse relatório, a Anistia Internacional e o Human Rights Watch tentam forçar a ONU a levar a Síria ao Tribunal Penal Internacional.
Em entrevista à TV russa Rossiya-24, o presidente da Síria Bashar al-Assad desmente essas acusações e afirma que seu país sempre desejou remover as armas de destruição em massa do Oriente Médio. Com tradução do coletivo Vila Vudu, Assad diz ainda que o presidente dos Estados Unidos mente pior que seu antecessor.
Para o presidente sírio, seu país “já apresentara essa proposta à ONU há mais de dez anos. Remover todas as armas de destruição em massa daqui teria impacto importante para estabilizar a região”. Segundo Al-Assad só os EUA se opuseram a essa proposta. “Minha opinião é que qualquer guerra contra a Síria afetará muito negativamente toda a região, com o Oriente Médio inteiro empurrado para décadas de instabilidade e de problemas. Haverá guerra até para as nossas futuras gerações”, reforça.
Para ele, os EUA mudaram de posição somente após o encontro do G-20, porque se viu isolado nesse intento. Assad assegura que quando a Síria estiver convencida de que os EUA não atacarão seu país a negociação de paz poderá avançar no Oriente Médio.
“Necessário agora é que a delegação de especialistas que esteve na Síria até a semana passada, retorne e retome as investigações. Porque há esse acordo entre o governo sírio e aqueles especialistas. Esse acordo diz respeito a novas investigações em várias províncias, principalmente em Khan al-Assal”, acentua Assad. Sobre a acusação de o governo sírio ter usado as armas químicas contra seu próprio povo ele diz que é “só, mais propaganda norte-americana”, retruca.
Portal CTB com agências
