Mais uma vez, os metalúrgicos da Bahia terminam a campanha salarial com saldo positivo, apesar das dificuldades impostas pelas empresas. Os trabalhadores aprovaram o reajuste salarial de 9,1%, o que representa aumento real de 2%. O acordo será assinado nos próximos dias. A proposta foi apresentada pelo Ministério Público do Trabalho, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, semana passada.
Outro avanço é o novo piso, que teve reajuste de 11,36% (4,1% de aumento real). Agora, o valor ficou em R$ 813,00 nas empresas com até 200 funcionários, e R$ 891,00 nas empresas com mais de 200 trabalhadores. Além disso, todas as cláusulas da Convenção Coletiva anterior foram mantidas.
“Graças à unidade da categoria, foi possível avançar nas negociações. Os trabalhadores permaneceram mobilizados durante toda a Campanha Salarial, participando de assembleias e protestos na porta das empresas, com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)”, diz Adson Batista, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia.
Outra boa notícia é que o acordo tem validade de dois anos. Em julho de 2014, as empresas vão conceder o INPC (inflação) mais 2,5% de aumento real nos salários. Para a Federação dos Metalúrgicos da Bahia, em um momento de incerteza no mercado e na economia, o acordo com essa duração protege a categoria. “Em algumas regiões do país, os trabalhadores têm enfrentado a perda de direitos. Aqui na Bahia, nós conseguimos resistir às tentativas do patronato e manter o processo de conquistas. Além disso, o acordo de dois anos é uma oportunidade para os sindicatos de base se concentrarem nas lutas específicas, por empresa e setor”, diz Aurino Pedreira, presidente da FETIM e da CTB-BA.
Complexo Ford
No Complexo Ford, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, o Sindicato fechou um acordo específico. É o maior reajuste salarial concedido este ano, entre todas as montadoras do país: 9,5% de aumento. Além disso, o acordo ainda prevê o pagamento de abono de R$ 3 mil (11,1% de aumento) e cesta alimentação. Para 2014, o acordo fechado determina o pagamento da inflação mais aumento real de 2,5% nos salários; e inflação e mais aumento real de 3% no valor do abono e da cesta básica.
O reajuste na unidade baiana foi superior ao concedido nas montadoras instaladas em São Bernardo dos Campos e Taubaté, em São Paulo, que ficou em 8,38%. Além disso, nas cidades paulistas, acabaram com o abono no próximo ano. Em Camaçari, a realidade é bem diferente. “Com apoio da CTB, nosso acordo na Bahia serve de referência para a categoria em todo o país, não apenas pelo valor do reajuste, mas também pelos outros benefícios conquistados. Aqui, respeitamos os direitos dos trabalhadores e não abrimos mão de avançar sempre”, diz Júlio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.
Por Dante Matisse – Sindmetal Bahia