O resultado da pesquisa denominada Consulta Nacional dos Bancários 2013 no Estado de Sergipe revelou uma situação preocupante quanto à saúde dos bancários e bancárias. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb), José Souza, 29,9% dos entrevistados afirmaram ter se afastado do trabalho por motivo de saúde, nos últimos 12 meses. Nesse mesmo período, outros 22,7% afirmaram estar usando medicamentos controlados.
A amostra ouviu 10% da categoria no mês de junho deste ano e servirá de base para a elaboração da minuta nacional de reivindicações, que será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os bancários foram consultados sobre cinco grandes temas prioritários: emprego, reestruturação do sistema financeiro, remuneração, condições de trabalho e estratégia de campanha, de negociação e de mobilização.
Ainda da apuração local, dos 10% da categoria consultada, a participação do sexo feminino foi menor do que a do sexo masculino: 39,8% de mulheres versus 60,2% de homens.
Reajuste médio de 22%
Nas questões definidas como prioridades da Campanha Salarial, de acordo com José Souza, os bancários sergipanos defenderam um índice médio de reajuste salarial de 22%. E 94,8% dos consultados afirmaram estar dispostos a participar da campanha salarial deste ano.
Dos temas nacionais, a maioria consultada escolheu a alternativa ‘muito importante’ para avaliar tanto a necessidade do debate sobre a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional (65,5% dos entrevistados) quanto à da redução de juros (67,9%)”, destaca o presidente do SEEB/SE. “A categoria está atenta a esse projeto, que representa uma tentativa dos banqueiros em assumir o controle absoluto do BC e conta com forte repercussão na mídia, para pressionar o governo federal a abandonar a política desenvolvimentista e a assumir a agenda neoliberal. A pretexto de combater a inflação, o projeto propõe o aumento dos juros, contenção do consumo e do crédito e demissões de trabalhadores”, avalia Souza.
A secretária de Comunicação do Seeb, Ivânia Pereira comemorou a apuração das questões relativas ao direito à informação. A diretora afirma que 79,9% dos entrevistados consideraram a mídia brasileira parcial e 29,1%, imparcial.
“Nesse mesmo tema, a maioria esmagadora dos entrevistados, 89,2%, defendeu a necessidade do debate sobre o marco regulatório para a democratização da mídia. Mas quanto o Projeto de Lei (PL) 4.330, que regulamenta a terceirização no Brasil, a maioria afirmou desconhecer a PL”, comenta Ivânia Pereira que defende a necessidade de ampliar entre a categoria o debate sobre o tema considerado-o estratégico para os trabalhadores.
Os dados da consulta foram totalizados pela Federação dos Bancários Bahia e Sergipe e será encaminhado ao Comando Nacional dos Bancários. “A consulta aprofundou o processo participativo e democrático do sindicato, que ouviu a base no ambiente de trabalho. Essas opiniões vão aquecer os debates e mobilizar a categoria”, afirma Souza.
Fonte: Seeb