Marcado pela expressiva representatividade da classe trabalhadora, o III Congresso Estadual da CTB Bahia foi aberto, na manhã desta sexta-feira (14), no Centro de Convenções, em Salvador. Mais de 600 delegados e delegadas dos quatro cantos do estado, além de autoridades, parlamentares e a imprensa sindical, lotaram o evento demonstrando a força da Central Sindical com o maior número de entidades filiadas na Bahia.
O papel da classe trabalhadora nos avanços sociais alcançados no Brasil e na Bahia deram a túnica da abertura do evento, que ocorre nesta sexta e sábado (14 e 15/6). O presidente da CTB-BA, Adilson Araújo destacou a influência estratégica do movimento sindical na luta democrática brasileira.
“É chegada a hora de uma nova arrancada. Temos o dever moral de fazer esse balanço positivo, pois o Brasil de hoje é melhor que o de 10 anos atrás. E somos parte deste projeto, temos consciência da nossa contribuição nos governos de Wagner e Dilma, mas temos também o nosso projeto, a agenda da classe trabalhadora que busca responder de forma autônoma e consequente os anseios da luta social”, afirmou Araújo ao conclamar o movimento sindical para tomar partido das disputas que se seguirão em 2014.
Entre os convidados presentes na mesa de aberturafoi unânime a compromisso e a representatividade alcançada pela CTB-BA nesses cinco anos de criação. O secretário estadual do Trabalho, Nilton Vasconcelos, representou o governador Jaques Wagner e lembrou que “A CTB-BA tem tido papelimportante no Conselho Estadual Tripartite e Paritário do Trabalho e Renda, tendo sido Adilson Araújo, presidente deste que é o primeiro conselho estadual deste tipo no Brasil, sem nunca deixar de criticar e apontar os erros”.
Bandeiras do trabalho
As representações partidárias reforçaram o apoio à Central no fortalecimento das bandeiras do trabalho no parlamento baiano e brasileiro. “Os trabalhadores se unem para dizer que têm lado, que não aceitaremos desenvolvimento sem a valorização do trabalho”, afirmou o presidente do PCdoB na Bahia, deputado federal Daniel Almeida, ao reforçar que as bandeiras pelo fim do fator previdenciário e pela redução da jornada são atuais e parte de uma Central autônoma e independente como a CTB-BA.
A deputada federal pelo PCdoB-BA, Alice Portugal, destacou o trabalho da Central na sua organização em busca de igualdades sociais. “O advento da CTB eleva o sindicalismo classista e coloca que o povo emancipado será se homens e mulheres construírem juntos o Brasil”, argumentou. Mesma vertente utilizada pela coordenadora baiana da União Brasileira de Mulheres (UBM), Daniele Costa, que ao representar os movimentos sociais presentes no Congresso, ressaltou que a CTB traz em seu nome “Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras” os anseios por uma sociedade emancipada, com direitos iguais a todos e todas.
O deputado estadual Álvaro Gomes, a vereadora Aladilce Souza, ambos do PCdoB, e o representante estadual do PSB, Rodrigo ITA, fortaleceram o ideal de que a pauta sindical está na ordem do dia da vida política. O procurador do Ministério Público do Trabalho, Jairo Sento Sé, apontou que “regras desastrosas” podem ser votadas no Congresso Nacional sobre a terceirização e defendeu que “as Centrais têm papel fundamental para estabelecer o combate a esta situação”.
Organização Sindical
Presidentes de centrais como a CUT e a Nova Central também compareceram à abertura, em demonstração de unidade e respeito ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela CTB-BA. Neste sentido, uma fala especial aos baianos foi feitapelo secretário geral da CTB Nacional, Pascoal Carneiro. Ele explicou que este congresso é motivo de festa pela sua representatividade. “Mais de 300 entidades representadas. É a força do povo nordestino”. E, com entusiasmo, anunciou que a CTB-BA, regional com o maior número de sindicatos filiados, apresenta em seu quadro aquele que deverá ser eleito o próximo presidente da CTB Nacional, Adilson Araújo.
O III Congresso da CTB-BA, que contou, em sua abertura, com apresentações culturais e um jingle em homenagem à Central, segue até este sábado, quando será eleita a nova diretoria da entidade, os 300 delegados que representarão a Bahia no Congresso Nacional, em agosto, e as estratégias da luta sindical no estado para os próximos dois anos.
Por Wilde Barreto (Fotos: Manoel Porto e Américo Barros)