O clima de companheirismo marcou a abertura do 3º Congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) nesta quinta-feira (13), no auditório do Hotel Veneza, em Cuiabá, Mato Grosso. Lideranças sindicais de diversos municípios participam do congresso que tem como pauta os debates em torno da tese “Avançar nas mudanças com valorização do trabalho”. Entre as delegações, estiveram presentes trabalhadores ligados ao sindicalismo urbano, como professores, funcionários públicos, comerciários, e trabalhadores ligados ao sindicalismo rural, liderados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri/MT).
O vice-presidente nacional da CTB, Nivaldo Santana, proferiu palestra na abertura do congresso e destacou os principais pontos que nortearão os debates preparatórios para o 3º Congresso Nacional da entidade, que acontecerá nos dias 22, 23 e 24 de agosto, no Anhembi, em São Paulo.
Santana defendeu o fortalecimento da unidade dos trabalhadores e a necessidade do estudo da tese do 3º Congresso da CTB. “A tese do 3º Congresso aborda questões fundamentais para os trabalhadores brasileiros. No plano internacional, por exemplo, uma grave crise econômica abala o mundo capitalista. Para alguns economistas, essa crise do capitalismo se equipara à grande crise dos anos 30. A crise atual teve início nos Estados Unidos, mas é na Europa que ela sendo mais aguda, desmontando o estado de bem-estar social e levando ao desemprego e à deterioração das condições de vida dos trabalhadores desse continente”, afirmou.
Nivaldo Santana ressaltou que a hegemonia econômica do mundo está mudando do Ocidente para o Oriente, com o papel cada vez mais destacado da China e também com a ascensão econômica da Índia. E que, em meio a essas mudanças, o Brasil adquire maior protagonismo, e, junto com os BRICs (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul), representa hoje uma alternativa para o desenvolvimento no mundo. “O Brasil e os países da América Latina liderados por governos progressistas promovem transformações econômicas e sociais de enfrentamento ao modelo neoliberal e têm sofrido menor impacto da crise econômica mundial. No Brasil, os governos Lula e Dilma melhoraram a vida dos trabalhadores, o salário mínimo teve aumento real de mais de 70%, atingindo em torno de 40 milhões de trabalhadores. E o desemprego nunca foi tão baixo. Mas nem por isso deixamos de lutar por outras bandeiras importantes para o movimento sindical, como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, ampliação do processo de reforma agrária, redução da taxa de juros, fim do superávit primário, enfim, defendemos desenvolvimento com distribuição de renda na construção de um país mais justo. Por isso a CTB desenvolve um sindicalismo classista e defende um socialismo renovado como alternativa para o capitalismo gerador de crises”, completou Santana.
A presidente estadual da CBT, Nara Teixeira, enalteceu a presença dos trabalhadores no 3º Congresso da entidade e afirmou que a CTB tem crescido em Mato Grosso tanto entre os trabalhadores da cidade como do campo. A secretária geral da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Dorenice Flor, que também é filiada à CTB/MT, destacou a importância da luta dos trabalhadores rurais brasileiros. “Num momento em que a Contag comemora seus 50 anos de existência, ganha importância, mais do que nunca, a união dos trabalhadores do campo e da cidade. É essa parceria em congressos como esse que amplia nossa consciência para transformar para melhor a vida dos trabalhadores. Mesmo a Contag não sendo de nenhuma central sindical, sinto orgulho de representar a CTB na Contag”, enfatizou.
Participaram ainda da abertura do 3º Congresso da CTB/MT o secretário geral estadual da Nova Central Sindical, Ivo Vilela, o presidente estadual da Central Geral dos trabalhadores do Brasil (CGTB), Adolfo Grassi, o secretário geral estadual da Força Sindical, Noel Inácio da Silva, a presidente estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM/MT), Janete Carvalho, a presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS), Ana Flávia, o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Rarikan Heven, o presidente da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO) em Mato Grosso, José Pereira Filho e a vice-presidente estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Lane Costa.
Por Brás Rubson
