O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, representou todo o movimento sindical na reunião solene do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES) que contou com a participação do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua fala, Guiomar ressaltou a relevância do momento para o CDES e para o Estado. “Lula é o símbolo desse novo ciclo econômico e social do Brasil. Significa para século 21, o que Getúlio Vargas foi para o século 20, sendo responsável pela industrialização com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) que completou recentemente 70 anos”.
O presidente da CTB-RS destacou a importância do papel de Lula na integração entre os países da América Latina e na política internacional multilateral. “Sucesso do seu Governo está focado no Estado indutor do processo de desenvolvimento Econômico e Social. Mesmo modelo seguido por Dilma, com base em medidas anticíclicas que nos permitiram enfrentar a crise internacional em outros patamares”.
Os investimentos na área social (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, PróUni) e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tanto na construção civil quanto de infraestrutura, a redução dos juros e dos impostos, mesmo que ainda que setoriais, entre outros recursos adotados pelo Governo Federal também foram apontados pelo presidente da CTB-RS como responsáveis por diminuir os efeitos da crise capitalista no Brasil. Guiomar Vidor também destacou a importância da política de Valorização do Salário Mínimo.
“Foi comprovada e reconhecidamente o instrumento mais eficaz para distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno, já que 45,4 milhões de pessoas têm rendimento referenciado pelo Salário Mínimo Regional. Além disso, gerou mais de 15 milhões de novos empregos com carteira de trabalho assinada, retirou 22 milhões de pessoas da linha de pobreza. Apesar de todas essas melhorias, precisamos ir adiante, aprofundar as mudanças com novas medidas que garantam um processo de industrialização crescente e duradouro”, incentivou o presidente da CTB-RS.
“Vamos construir um Brasil onde todos estejam incluídos no projeto de desenvolvimento”, finalizou o presidente da CTB-RS.
Em resposta, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se declarou emocionado ao voltar ao Rio Grande do Sul. “O Estado é de todos, não de um partido ou de um governo. Quando a criança é feia, não tem pai. Quando é bonita, tem muitos. Então, não é só do Tarso a responsabilidade. O que queremos é construir um Estado em que todos se sintam responsáveis. É muito fácil discutir a desgraça, mas temos que discutir a saída, o que é possível fazer. Foi assim que conseguimos governar o nosso país”, afirmou Lula.
Ao final, Guiomar Vidor reafirmou as bandeiras de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil:
Fim do Fator Previdenciário – Este mecanismo prejudica os trabalhadores, achatando os valores das aposentadorias. Por isto, propomos acabar com o fator e estabelecer uma política de valorização e recuperação dos benefícios dos aposentados e pensionistas.
Reajuste para os Aposentados – É preciso um bom reajuste para quem ganha acima do salário mínimo para continuarmos a política de valorização do poder de compra para os aposentados e pensionistas, que tanto contribuíram para a construção do País.
Defesa da CLT
Tendo em vista as inúmeras iniciativas no Congresso Nacional que objetivam retirar direitos dos trabalhadores, entendemos necessário um pronunciamento mais firme do Governo Federal na defesa dos direitos trabalhistas e da CLT, que neste ano completa 70 Anos.
Redução da Jornada de Trabalho (Sem Redução Salarial) – A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial só trará benefícios para a sociedade. A medida irá gerar empregos, melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e reduzir o número de acidentes provocados por jornadas exaustivas.
Redução da Taxa de Juros e Desvalorização do Câmbio – Nossa luta é pela redução da taxa de juros e de defesa do emprego. Os juros são os verdadeiros vilões da inflação. O corte na taxa de juros é uma medida fundamental para incentivar a atividade produtiva e retirar do circuito da especulação financeira bilhões de reais que poderão ser utilizados como crédito para investimentos e capital de giro das empresas e para utilização pelo público em geral.Esta política agregada a desvalorização do cambio e o fortalecimento do mercado interno, proporcionarão ao Brasil um novo ciclo de desenvolvimento, promissor e sustentável.
10% do PIB para Educação – Defendemos que 10% do PIB nacional sejam revertidos diretamente para a Educação. Vamos pressionar para que o Conselho Nacional de Educação aprove o índice como meta do Ministério de Educação. Esta é uma bandeira dos educadores brasileiros defendida pelas centrais sindicais.Agregado a ela a destinação de 50% do fundo social do Pré-Sal para educação.
Convenção 158 da OIT – Lutamos pela aprovação da convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão sem justo motivo, garantido desta forma o valor social do trabalho, que hoje é visto apenas como uma mera mercadoria.
Reforma Agrária e Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pela desapropriação e distribuição de terras improdutivas para que os trabalhadores rurais possam ter um sustento e um lugar de moradia. Estamos do lado dos trabalhadores que cultivam o alimento essencial e exigimos a instituição de limites de tamanho para propriedade rural e atualização dos índices de produtividade e políticas públicas mais efetivas de incentivo a agricultura familiar.
Regularização da Terceirização – Queremos que os trabalhadores que atuam em empresas que prestam serviços tenham direitos iguais aos da empresa tomadora de serviços. A falta de regulamentação gera insegurança e agrava a situação das pessoas envolvidas, com enfrentamento em processos na Justiça e falta de condições adequadas de trabalho.
Fortalecimento do Ministério do Trabalho – Queremos a implementação de uma política de reconstrução do MTE, o qual sofreu nos últimos 20 anos um processo de desmonte de suas estruturas internas e no setor de fiscalização, o que traz enormes prejuízos à parcela dos trabalhadores que mais precisam da tutela do estado. Precisamos ampliar o número de auditores fiscais e dos setores administrativos, com um melhor aparelhamento do Ministério do Trabalho.
Fonte: CTB-RS