Nesta quinta-feira (03), a Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará (Aprospec) e a CTB Ceará realizaram um ato de solidariedade aos policiais militares, que constantemente têm sofrido com a perseguição promovida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. O Ato Público, desde o início anunciado como pacífico, foi promovido em frente a entrada principal da Junta Médica, na própria Avenida Oliveira Paiva, Cidade dos Funcionários.
De acordo com Márcio Cruz, dirigente da Aprospec, o ato foi uma expressão de repúdio às ações da Secretária, que na última semana transferiu cerca de 80 policiais da capital Fortaleza, para cidades do interior. “O problema é que metade dos policiais está de licença médica, em pleno tratamento. As transferências caracterizam uma verdadeira perseguição dentro da corporação”, destacou.
Apoio
Representantes de vários sindicatos e associações, convidados pela CTB Ceará, prestigiaram a atividade em apoio aos policiais militares, que sofrem perseguições dentro da própria corporação, por terem participado de forma democrática da paralisação de 2011/2012 e de reuniões de caráter informativo no inicio do ano.
Carlos Rogério Nunes (foto), secretário de Políticas Sociais da CTB, presente na manifestação, reforçou a disposição de luta da Central em defesa dos direitos dos trabalhadores. “A CTB está empenhada nesta luta e estará alerta para combater qualquer atitude que atente contra os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Para Marta Brandão, vice-presidente da CTB-CE, a presença dos dirigentes sindicais no ato simbolizou a solidariedade a causa dos agentes cearenses.
Marta Brandão destacou que acompanhou de perto o inicio do movimento que resultou na paralisação da Polícia Militar do Ceará em 2011/2012. “Um movimento justo, já que foi fruto de uma situação insustentável para os trabalhadores, sem condições dignas para exercerem suas funções”, afirmou.
Márcio Cruz, ainda destacou a situação precária dos 44 policiais que respondem a processos administrativos por terem participado de uma reunião pacífica no inicio deste ano. Os processo tem fim certo: a expulsão da Polícia Militar do Ceará.
Coação
O local escolhido para o ato não foi uma mera coincidência. No inicio do mês de abril, a soldado Ana Paula Brandão, foi até a Junta Médica Militar do Ceará para ser avaliada, já que está de licença médica. Mas, ao invés de ser consultada, foi interrogada pelo coordenador da Junta Médica do Ceará, Cel. Francisco Barreto.
O coordenador coagiu a soldado a assumir a autoria de denúncias sobre a PM-CE feitas por um perfil falso da internet. Um verdadeiro interrogatório que mais lembrou a Ditadura Militar. Esse capítulo mostra até que ponto as perseguições dentro da Policia Militar do Ceará podem chegar. E foi a gota d’água para que as entidades que representam trabalhadores se reunissem nesse ato público de solidariedade.
Este ato foi apenas o primeiro. Os representantes dos policiais, – que por serem miliatres estão proibidos de participar de qualquer reunião ou ato, sob pena de punições- e de outras classes de trabalhadores prometem que não vão ficar calados. Mais atos estão previstos para os próximos meses.
Portal CTB com Aprospec