“Somos mais! Agora sim, a paz”. Esse foi o lema que levou, nesta terça-feira (09/04), centenas de milhares de colombianos às ruas de Bogotá para participar da Marcha pela Paz com Justiça Social e Defesa do Público. Delegações de todas as partes do país marcharam pelas principais ruas da capital, a partir das 9h, até reunirem-se na Praça Bolívar. A prefeitura da cidade calcula que os participantes chegaram a um milhão de pessoas, em números não oficiais.
A multidão era formada por camponeses, indígenas, trabalhadores, estudantes, militantes de diferentes movimentos políticos, associações de bairro, direitos humanos, entre outros.
A manifestação, que havia sido convocada inicialmente pelo movimento político e social Marcha Patriótica, teve apoio massivo de diferentes setores que se uniram em torno da construção de paz. “A Colômbia precisa fazer um esforço pela paz. Mas a paz não é somente o silêncio dos fuzis. A paz significa educação, saúde, participação, democracia. Ou seja, a paz significa exercício dos direitos, que é o que nós colombianos não temos. Nossa missão é associar a paz com mudanças estruturais”, afirmou a senadora do Partido Comunista e membro da Marcha Patriótica Glória Inês Ramirez, otimista com a construção de um cenário “favorável à paz” no país.
A data nove de abril tem um significado especial para os colombianos. Há 65 anos, neste mesmo dia, era assassinado o líder popular de maior expressão da história recente do país, Jorge Eliecer Gaitán, do Partido Liberal, quando era candidato à Presidência. Sua morte gerou uma onda de revoltas violentas que ficou conhecida como “Bogotazo” e, posteriormente, à uma guerra entre liberais e conservadores.
Lula envia apoio
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem em apoio à Marcha, que foi divulgada através da conta do Youtube da prefeitura de Bogotá. Lula declarou que vê com entusiasmo a construção de paz no país vizinho e que uma vitória da Colômbia nesse processo seria também uma vitória de toda a América Latina.
Colombianos residentes em outros países como Argentina, Bélgica, França, Canadá, Venezuela e Espanha também realizaram atos em favor da paz.
Com informações do Ópera Mundi
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