A greve dos médicos da Maternidade de Referência José Maria de Magalhães, em Salvador, completa cinco dias. Nesta quarta-feira (6), às 13h30, os médicos irão ao Ministério Público do Trabalho, localizado no Corredor da Vitória, para uma audiência com o procurador Dr. Bernardo Guimarães para tratar sobre a greve, iniciada no último sábado, 2 de março.
Na ocasião, os médicos farão a entrega simbólica das carteiras de trabalho, com o objetivo de protestar contra os vínculos empregatícios precarizados, já que os profissionais não trabalham com carteira assinada e, por isso, não possuem os direitos da CLT. Nesta terça, os representantes do MPT estiveram na Maternidade para fiscalizar as relações de trabalho dos médicos.
A classe reivindica a regularização dos vínculos trabalhistas (assinatura da carteira de trabalho), o aumento de profissionais, além de reajuste salarial. “A paralisação envolve a exigência do reconhecimento dos direitos trabalhistas dos médicos, hoje fraudados pela Santa Casa. Os colegas têm o vínculo precarizado e são obrigados a assinar contratos como pessoa jurídica”, informou o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia, Francisco Magalhães.
Durante a assembleia, realizada no auditório da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (Saeb), os médicos receberam o apoio da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba). Entre as ações aprovadas estão a participação na marcha do Dia Internacional da Mulher, nesta sexta (8), cuja concentração será às 14 horas, no Campo Grande, em Salvador. Também ficou definido que a data que homenageia as mulheres deve receber especial atenção, com a realização de atividades relacionadas ao dia.
A Maternidade de Referência José Maria de Magalhães chega a fazer 900 partos por mês. Com a paralisação, os médicos estão atendendo apenas casos de alto risco. Uma nova assembleia foi marcada para quinta-feira (7), às 19h30 no auditório da Saeb, no Centro Médico Empresarial, na Garibaldi.
Secretário de Saúde se omite
O secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla, declarou que a crise na Maternidade José Maria de Magalhães não é problema dele. A afirmação foi feita no dia 26 de fevereiro, durante evento em que participou no Cremeb, quando foi indagado pelos representantes das entidades médicas sobre a paralisação da Maternidade.
De acordo com o presidente do Sindimed, a categoria entende que a posição de Solla não condiz com as responsabilidades impostas pelo cargo que ocupa. Para os médicos, independente da forma de gestão, a Maternidade de Referência é parte importante do sistema de saúde público e a interrupção do seu funcionamento deveria receber toda a atenção da autoridade máxima da Saúde na Bahia.
Fonte: CTB-BA com informações do Sindimed-BA