Sob protesto dos trabalhadores, mais um hospital da BA é privatizado

Contrários à Resolução nº 001/13, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 30 de janeiro, que aprova a terceirização da administração do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, os servidores da unidade, o Sindsaúde-Ba e o Sindimed, realizaram manifestação contra a privatização do hospital, na última sexta-feira (15).

O HGCA possui um total de 1.882 funcionários, sendo 1.275 deles do quadro da Sesab e outros 607 terceirizados. O hospital é uma das dez unidades de saúde do interior da Bahia cuja gestão é direta, ou seja, é administrada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). O governo visa implantar no HGCA a gestão indireta através de Organizações Sociais (OS).

Para os sindicatos, mais uma vez não houve, por parte do governo, um processo de interlocução com os servidores e a sociedade para esclarecer e dar garantia dos direitos trabalhistas e da qualidade de atendimento da população. O Sindsaúde-Ba e o Sindimed vêm acompanhando as privatizações da saúde pública e denunciando a situação aos órgãos de controle de gestão pública como o Ministério Público do Estado e os conselhos municipal, estadual e nacional da Saúde.

“A nossa posição em se manifestar contra isso, não é só porque somos contra, mas porque a experiência e  o que vivenciamos no dia a dia, mostram que o sistema de terceirização não tem fortalecido o  sistema público de saúde”, disse a presidente do Sindisaúde-Ba, Inalba Fontenele.

A dirigente disse ainda que uma gestão terceirizada tem metas de atendimento e é obrigação do estado oferecer um serviço mais amplo possível. “Claro que os hospitais precisam de estruturação, de concurso público, de tirar pacientes dos corredores, e que o sistema de regulação seja revisto, mas não é colocando a gestão dos hospitais nas mãos de terceiros que vamos melhorar o sistema público de saúde”, afirmou.

Os sindicatos afirmam que a situação das unidades que passaram por privatização no estado deixa a desejar. No Hospital de Irecê, por exemplo, o sistema de terceirização não funcionou e faliu a gestão. “A empresa que estava administrando o hospital é ligada ao setor automobilístico e a preocupação que temos é sobre em que mãos vai cair o hospital Geral Clériston Andrade. A lei  diz que basta que a empresa comprove que tenha administração e fundo de caixa. Então qualquer empresa pode gerir  uma área tão complexa que é a área da saúde?”, criticou Fontenele.

A mobilização em frente ao HGCA teve o reforço dos funcionários terceirizados da cozinha do hospital, que realizaram uma paralisação de advertência na manhã da sexta-feira, reivindicando o pagamento dos salários que estão atrasados desde o dia cinco do mês de janeiro.

Fonte: Sindsaude-BA e Acorda Cidade/ Foto: Ed Santos

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