Desde que foi anunciado, em 10 de dezembro do ano passado, que a Flextronics adquiriu as operações de manufatura da Motorola, em Jaguariúna, o Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região (SindMetal) vem acompanhando de perto cada movimento do negócio. A entidade busca obter informações mais detalhadas sobre a operação para, com isso, poder interferir no processo e preservar os direitos dos trabalhadores da empresa.
Duas audiências envolvendo o Sindicato, a Motorola e o Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, de Campinas, foram realizadas na Procuradoria Regional do Trabalho, sendo a última delas na quinta-feira, 31 de janeiro. Os representantes da Motorola confirmaram que o Google, controlador da empresa, firmou carta de intenções para a venda do setor de manufatura/supply chain (ativos, máquinas e pessoal), em Jaguariúna, para a Flextronics – uma empresa de Cingapura especializada na manufatura terceirizada de equipamentos eletrônicos. A Motorola ficará apenas com o desenvolvimento de softwares e a comercialização.
Uma das maiores preocupações do Sindicato é garantir a todos os trabalhadores da planta de Jaguariúna – cerca de 2.500 no total – a manutenção de seus direitos e benefícios conquistados ao longo dos últimos 16 anos, como padrões salariais, manter a atual jornada de trabalho, PLR, convênio médico, alimentação, entre outros. “Para garantir estes direitos, o Sindicato utilizará de todos os meios legítimos, sejam através da via administrativa ou judicial, ou por meio de ações sindicais diretas”, afirma o presidente do SindMetal, José Francisco Salvino, o Buiú.
A empresa garante que, após concluída a venda, os funcionários da Motorola receberão uma carta para admissão imediata e terão todos seus direitos mantidos. No entanto, admite que ainda não sabe se haverá cortes de mão de obra quando a Flextronics assumir, a partir de junho. “Não se trata de terceirização, mas da venda da manufatura, em que as mesmas condições existentes hoje terão que ser preservadas”, disse a representante da empresa.
Diante das incertezas em relação ao futuro, a empresa se comprometeu a sentar com o SindMetal antes do fechamento dos negócios relativos à planta de Jaguariúna e não tomar qualquer atitude sem uma prévia negociação coletiva com o Sindicato e os trabalhadores.
“Ainda não temos claro o que poderá acontecer, mas o trabalhador pode confiar que estamos acompanhando o passo a passo da operação e não deixaremos que nada e nem ninguém atropelem direitos conquistados com muita luta. Em breve estaremos na porta da empresa para informar aos funcionários o que foi tratado até aqui e decidir quais atitudes iremos tomar”, ressalta Buiú.
Fonte: Sindimetal Jaguaiúna