“Viver humildemente, trabalhar muito, engrandecer a América, estudar suas forças, revelando-as ao continente, pagar aos povos o bem que me fazem: este é o meu ofício.
Nada me abaterá; ninguém me impedirá”.
“La capacidad de amar es la única que hace al hombre grande y feliz.”
José Martí
Segunda-feira, 28 de janeiro de 2013, a América Latina celebra o 160º aniversário do surgimento do prócer José Martí. Político, escritor e pensador cubano, Martí extrapola o contexto nacional em sua importância histórica, exemplo seguido à risca por seu país, que extrapola a si mesma em sua imensa solidariedade com todos os povos do mundo.
Cuba, que nos deu tanto, deu-nos também José Martí, cuja trilha o levou ao México, à Venezuela, à Guatemala e aos Estados Unidos. Uma vida incrível e conhecedora da realidade americana levou-o não apenas a cunhar a expressão Nossa América, mas ligar sua vida de tal modo à luta de libertação da América Latina que até hoje o seu nome e o de Bolívar tocam os corações e agitam as mentes dos povos latino-americanos.
Polivalente, estudou Direito, Letras e Filosofia. Foi poeta, filósofo, jornalista, político – fundou o Partido revolucionário Cubano – e revolucionário, inclusive tendo lutado de armas nas mãos para libertar o seu país, na Guerra de 1895, ocasião em que tombaria, pagando com a vida os ideais que defendia apaixonada e brilhantemente. Seus mais certeiros projéteis são, ainda hoje, os desferidos pela pena, em sua caudalosa obra que fundamenta ainda hoje os sonhos e a prática da libertação latino-americana do imperialismo estadunidense.
Como relata Florestan Fernandes no livro “Martí e as Duas Américas”, de Pedro Pablo Rodríguez, Martí “propôs uma estratégia completa para libertação de Cuba e do continente, a partir, de um lado, da análise e da crítica do modelo da república liberal hispano-americana e, de outro, de sua compreensão de que desenvolvimento industrial em transição para a formação dos monopólios, nos Estados Unidos, minava os fundamentos democráticos dessa nação, direcionando-a para o imperialismo moderno”.
Inúmeras são as certeiras frases que ainda hoje nos inspiram, assim como a beleza dos versos da imortal “Guantanamera”, poema seu musicado que evoca, em qualquer de suas inúmeras versões, a maior das ilhas do Caribe, a belíssima Cuba, a partir da evocação das belezas do país, da beleza da camponesa de Guantánamo (guajira Guantanamera) e de sua rebeldia em favor do povo.
Como sói ocorrer com os revolucionários, não bastou aos espanhóis matarem-no em combate. Como tantos outros, teve seu corpo mutilado e exposto, exemplo que – na cabeça dos colonizadores – deveria calar o povo cubano, mas, na verdade, reafirmou a justeza de sua causa. Seu exemplo adquiriu dimensões continentais. E se à independência de Cuba da Espanha sucedeu a brutal manobra que impôs o domínio estadunidense, Martí seguiria a lutar no coração de seu povo, até a conquista da verdadeira independência de Cuba, no dia 1º de janeiro de 1959, com a Revolução Cubana.
Martí, com sua extraordinária existência, marcada por amores, poemas, polêmicas, escritos e luta – muita luta – frutificou na cidadela da Revolução, que enfrentou as mais duras provas, mantendo-se firme para ver o momento em que os sonhos de seu herói nacional se afirmariam, com o novo momento que vivemos, de lutas e conquistas pela Liberdade e a Justiça na América Latina e no mundo. Ele está mais vivo do que nunca, Viva Martí!
Paulo Vinicius Silva – Blog Coletivizando