Não houve acordo na primeira rodada de negociação entre os representantes dos trabalhadores do comércio de Campina Grande e classe patronal, ocorrida na noite da última terça-feira, 23, no Sindilojas, Centro da cidade.
Os patrões apresentaram como contraproposta apenas a reposição da inflação, o que elevaria o piso salarial da categoria para R$ 670, quando este valor já vem sendo pago em algumas cidades do interior, onde a economia não se compara com a de Campina Grande, segundo o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, José do Nascimento Coelho (foto).
Na contraproposta apresentada, os patrões sugeriram a retirada de várias garantias dos trabalhadores acordadas em convenções anteriores, a exemplo do Dia do Comerciário, que é comemorado em Campina Grande no mês de agosto. A campanha salarial 2012/2013 dos comerciários foi deflagrada há duas semanas. Uma nova reunião será realizada na próxima segunda-feira, às 18 horas, também no Sindilojas, Centro.
O sindicato representante da categoria está solicitando um reajuste salarial para os comerciários de cerca de 17%, o que elevará o piso atual de R$ 640 para R$ 750, ou seja, R$ um acréscimo de R$ 110. Para quem recebe remuneração superior ao piso, está sendo proposto a reposição dos índices da inflação e da média do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos 12 meses. Ao todo são cerca de 50 cláusulas, entre econômicas e sociais. O novo piso entra em vigor em 1o de novembro do corrente ano, data base da categoria.
Feriado comprometido – Representantes do sindicato dos trabalhadores do comércio de Campina Grande e Região, com o apoio das centrais sindicais e outras entidades, estão organizando uma mobilização para impedir o funcionamento do comércio no feriado do dia 02 de novembro (Finados), caso não haja definição da Convenção Coletiva dos trabalhadores até o próximo dia 30.
A decisão, segundo Coelho, dependerá dos próprios trabalhadores, que serão convocados a uma assembleia geral. “Já estamos buscando apoio de vários sindicatos, Centrais Sindicais e de outras entidades que estão preocupadas com os trabalhadores”, explica Coelho.
Como não houve acordo garantindo o novo piso salarial dos trabalhadores do comércio, bem como a garantia da data-base da categoria em 1º de novembro, o comércio em Campina Grande não poderá abrir suas portas nos feriados, conforme a Lei 11.603/2007, que altera o artigo 6º de da lei 10.101/2000.
Este artigo enfatiza que somente é permitido o trabalho nos feriados no comércio mediante autorização em Convenção ou Dissídio Coletivo. A Lei Municipal 3.863/2000 também convenciona o funcionamento do comércio local à celebração de acordos coletivos, o que ainda não aconteceu em Campina Grande. “Infelizmente os patrões estão intransigentes quanto ao atendimento das principais reivindicações dos trabalhadores”, afirmou Coelho.