Na manhã desta sexta-feira (05), os bancários paulistanos assistiram a mais uma demonstração de truculência e intolerância, quando a sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região foi invadida por uma oficial de justiça, acompanhada da polícia militar, com ordem de arrombamento – se necessário. O objetivo dos oficiais foi buscar e apreender todo o material relacionado a campanha eleitoral, inclusive com ordem de retirada do site o posicionamento político da entidade frente as eleições municipais.
O pedido foi feito pela Coligação Avança São Paulo, do candidato à prefeitura José Serra. A ordem inicial era a de recolher a Folha Bancária que, segundo denúncias, traria material de propaganda eleitoral.
O Sindicato dos Bancários lembra que, historicamente, sempre manifestou a posição majoritária de sua direção em seus informativos, como uma forma de orientar a categoria bancária em relação ao posicionamento político de sua direção em eleição de todos os níveis. Em toda eleição, o Sindicato reserva a última edição, antes da votação, para externar a posição política da diretoria.
Foi assim em todas as eleições disputadas por Lula e em todas as eleições para prefeitura e governo do estado desde a retomada do Sindicato para o campo do sindicalismo combativo no final da década de 1970.
Os sindicalistas lembram que nem mesmo no período da ditadura militar o Sindicato foi invadido com acompanhamento policial e ordem de arrombamento. “Vimos também a forma truculenta como o judiciário – em conjunto com a PM paulista – no caso do massacre de Pinheirinho”, destaca em nota o Blog dos Amigos do Presidente Lula.
Na opinião dos dirigentes essa mesma justiça não mantém o mesmo rigor para investigar as denúncias que o livro Privataria Tucana, do jornalismo Amaury Ribeiro Junior apresenta, recheado de documentos, mostrando a lavagem de dinheiro que foi a processo de privatização das estatais e como figuras notórias, como José Serra, sua filha Verônica e outras personalidades do governo Fernando Henrique aparecem envolvidos, ou o caso Aston, Paulo Preto e tantos outros que a justiça não investiga. “No caso desta invasão no Sindicato dos Bancários mostra que a justiça chegou ao fundo do poço e fica difícil tentar justificar qualquer imparcialidade neste episódio que – repito – não assistimos nem mesmo durante o período mais truculento da ditadura militar”.
Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, os trabalhadores têm direito de analisar as propostas dos candidatos. “Pode haver divergência, mas repudiamos a censura. O Sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão se preocupa com a cidade, o estado e o país em que os trabalhadores vivem. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta do Sindicato, que completa: “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”
Portal CTB com agências