Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aprovaram na tarde desta terça-feira (02) a continuidade da greve de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em todo o Brasil. A decisão foi tomada pelos presidentes dos 27 sindicatos da categoria, e deve ser ratificada em assembleias nos próximos dias. A paralisação teve início em 7 de agosto passado.
Apesar da determinação, a Fenapef garante que irá cumprir a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que fixou um efetivo mínimo que deve estar à disposição dos serviços prestados pela PF. Na última sexta-feira, o ministro do STJ Herman Benjamin determinou que portos e aeroportos devem manter 100% de suas atividades de plantão, pela essencialidade do controle de imigração e emigração, bem como para o atendimento das demandas da Justiça Eleitoral no primeiro e segundo turno das eleições, que se aproximam.
Para a próxima quinta-feira (04), representantes dos policiais federais em todo o País devem realizar um ato nacional, em São Paulo. Eles pedem reestruturação da carreira e aumento salarial.
Distrito Federal
Um grupo de servidores da Polícia Federal (PF) em Brasília protestou na manhã desta segunda-feira em um ato cívico para dar visibilidade às reivindicações da categoria, em greve há 56 dias. Sob sol forte e vestindo camisas pretas, eles se reuniram em frente à sede da instituição na capital federal e hastearam a bandeira do movimento, intitulado SOS para a Polícia Federal, ao som do Hino Nacional.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Jones Leal, a mobilização substituiu o ato oficial que ocorre a cada início de mês nas unidades da PF nos estados, com hasteamento da Bandeira Nacional.
Ele explicou que a principal reivindicação da categoria é a reestruturação da carreira, com equiparação a servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujo salário inicial bruto é R$ 11 mil. Segundo o Sindipol/DF, o salário inicial bruto dos agentes da PF é aproximadamente R$ 7,5 mil.
“Não estamos buscando um simples aumento salarial, mas uma nova tabela de pagamento. Temos atribuições de nível superior, complexas e com alto grau de responsabilidade, mas somos pagos com base em uma tabela de nível médio. Queremos ser reconhecidos em uma tabela de nível superior”, disse. Leal também destacou que a categoria vai cumprir “em sua totalidade” a determinação da liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) que prevê o atendimento das demandas da Justiça Eleitoral nos dois turnos das eleições deste ano. Segundo ele, está garantido o trabalho de todos os servidores designados para atividade eleitoral.
“Vamos cumprir totalmente a liminar. Os colegas estão esperando a orientação do órgão Departamento de Polícia Federal para que a gente cumpra a liminar expedida pelo STJ. Se vier uma orientação do juiz do Trabalho de qualquer local pedindo todos os policiais que estão aqui para um estado ou para o Entorno, vamos encaminhar, vamos cumprir 100% a liminar”, ressaltou.
Segundo o sindicato, entre os serviços afetados pela paralisação estão as operações, as investigações do serviço de inteligência e o controle de produtos químicos em postos e aeroportos.
PF carioca
No Rio de Janeiro, policiais federais, papiloscopistas e escrivães da Superintendência da Polícia Federal (PF) aprovaram por unanimidade a manutenção da greve por tempo indeterminado.
As três categorias decidiram que cumprirão a decisão do STJ e também vão respeitar acordo firmado com a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, de manter as atividades durante as eleições, no próximo domingo (7).
A comissão de greve aguarda, no entanto, que a superintendência informe oficialmente o número de policiais que deverá ser requisitado para trabalhar no período eleitoral. Uma decisão definitiva deverá ser analisada em assembleia, nesta quarta-feira (3), na sede do Sindicato dos Servidores do Departamento da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro.
Portal CTB com agências