Cerca de 350 mil alunos de Chicago, do ensino público fundamental e médio, estão sem aulas desde a última segunda-feira (10) devido à greve dos professores, a primeira na cidade em 25 anos. Chicago é a terceira maior cidade dos EUA e o presidente da câmara é Rahm Emanuel, um democrata que foi o primeiro chefe de gabinete do presidente Obama.
Os docentes reivindicam aumento de salários, um sistema de avaliação que os respeite e garantias contra demissões, já que pairam ameaças de fechamento de cerca de 100 escolas. As negociações entre a Chicago Public Schools (Escolas Públicas de Chicago) e o Chicago Teachers Union (o sindicato dos professores da cidade) prosseguiam na última sexta-feira, sem que tivesse sido concluído um acordo. A câmara já terá cedido um aumento de 16% em quatro anos, mas ainda restariam outras questões a resolver.
Se a direção sindical chegar a acordo, ainda será necessário, porém, levar a decisão à ratificação dos 25 mil docentes do sindicato. Na segunda-feira, milhares de professores vestidos de vermelho manifestaram-se no centro da cidade. Esta é também a primeira greve de professores numa grande cidade dos Estados Unidos desde há seis anos.
Grupos de trabalhadores e professores de outras cidades manifestaram apoio aos grevistas, sugerindo que o conflito em Chicago é somente um passo de uma grande luta nacional em torno das remunerações, condições de trabalho, benefícios sociais e estabilidade.
“Os professores sentem-se total e completamente desrespeitados”, disse Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, ao “The New York Times”. A Federação culpa o presidente da câmara de aplicar um agressivo plano de ampliação da jornada escolar, com adiamento do prometido aumento salarial. “Ele plantou as sementes de uma grande frustração e descrédito”, disse a professora.
Apesar de se temer que a oposição aproveitasse a greve durante a campanha eleitoral para atacar Obama, os republicanos optaram por atacar a greve. O candidato republicano Mitt Romney divulgou uma declaração em que manifesta decepção com os professores e afirma que “os sindicatos têm demonstrado o quanto os seus interesses se chocam com os das nossas crianças”.
Fonte: Esquerda.net