O Reino Unido assistiu nesta quinta-feira (21) ao primeiro movimento grevista de médicos realizado nos últimos 40 anos. Na raiz do protesto está o aumento da idade de aposentadoria de 65 para 68 anos, além do aumento exponencial dos descontos que, em início de carreira, foram quase duplicados.
As situações urgentes serão atendidas. Todas as outras terão de aguardar, pelo menos, 24 horas.
Os médicos se somam ao movimento de outras categorias do funcionalismo público, por conta da tentativa de reforma implementada pelo governo do primeiro ministro David Cameron.
Cerca de 100 mil filiados à Associação Médica britânica (BMA, em sua sigla em inglês) boicotaram cirurgias e consultas não urgentes previstas para esta quinta-feira, como rejeição aos planos governamentais.
Em consequência, nos hospitais da capital britânica foram reprogramadas ao redor de 490 operações e 3.200 consultas externas, enquanto na Escócia 60% dos serviços médicos permanecem com suas atividades paralisadas.
De acordo com o sistema de pensões proposto pelo governo, que altera o modelo aprovado em 2008 por considerá-lo insustentável, os médicos deverão atrasar sua aposentadoria de 65 para 68 anos a partir de 2015. Além disso, sua contribuição à segurança social aumentará, já que lhes serão deduzidos até 14% do salário para os que ganham mais de 180 mil dólares anuais.
Enquanto isso, o presidente da BMA, Hamish Meldrum, manifestou que a intenção do protesto não é afetar a população, pois “nossos argumentos não estão relacionados com as pessoas, mas sim com o governo”.
Diante da convocada greve de 24 horas, o ministro britânico de Saúde, Andrew Lansley, afirmou que a BMA “não reconhece a realidade política e econômica” do país. “Todos desejamos que tenha mais dinheiro mas não há, todo mundo tem que apertar o cinto”, considerou Lansley.
Não obstante, a BMA indicou que o Estado se equivocou ao mudar o atual plano de pensão para os médicos, acordado em 2008, e acusou o governo de apresentar uma visão parcial e enganosa dos fatos e das cifras.
Com informações da Agência Prensa Latina