O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias e Região apresentou, na manhã desta quarta-feira, dia 23, a campanha salarial 2012. Durante evento realizado no Personal Royal Hotel, imprensa, sindicatos e os movimentos sociais tiveram oportunidade de conhecer, o VT, a marca gráfica da campanha pelo dissídio salarial 2012 e a justificativa para a reivindicação de reajuste salarial de 10% e as cláusulas sociais.
Com foco na valorização, a campanha procura evidenciar o trabalho da categoria que produziu com qualidade para desenvolver o país. Além disso, não exclui o papel que os metalúrgicos tiveram nas recentes mobilizações do “Grito de Alerta” contra a desindustrialização, movimento no qual os trabalhadores estiveram lado a lado com os empresários na defesa da indústria nacional.
A reivindicação de 10% traz, no seu contexto, a pedida de quase 5% de aumento real, visto que a inflação no período é de aproximadamente 5%.
Na campanha salarial do ano passado, quando a categoria reivindicou 14% de reajuste, a inflação acumulada nos 12 meses – o dissídio da categoria é sempre calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período de junho de um ano ao outro – era de 6,3%. O índice de 10% também foi reivindicado na campanha salarial de 2010, quando a inflação registrada no período foi de 5,48%.
“O peso da folha de pagamento (salários e encargos sociais) não passa de 12% do custo de produção, portanto, o aumento de 10% nos salários significa um custo de 1,2% nas despesas e isso, se comparado com a redução de INSS, juro menor, infraestrutura melhor, não é nada”, justifica o economista do sindicato, David Fialkow.
Entre as cláusulas sociais reivindicadas estão a redução da jornada de trabalho, transporte subsidiado, estabilidade em caso de acidente de trabalho, equiparação salarial entre homens e mulheres e a valorização do salário-base, que hoje é um dos mais baixos, se comparado com outras categorias profissionais. Hoje o valor pago é de R$ 684,20 nas empresas com até 50 empregados e de R$ 776,60 nas empresas com mais de 50 trabalhadores. “O trabalhador não pode ser penalizado por problemas setoriais em função da troca de motor que refletiu na queda de
produção nos primeiros meses de 2012. O acordo coletivo é anual e em 2011 se trabalhou (o equivalente) a 15 meses em 12, segundo o próprio presidente do Simecs”, afirma o presidente em exercício do Sindicato, Leandro Velho.
A pauta aprovada pelos trabalhadores metalúrgicos em assembleia realizada no Sindicato no início do mês, foi entregue aos empresários, na sede do Simecs, na última segunda-feira, dia 21. As rodadas de negociação deverão ser realizadas na segunda semana de junho.
Por Claiton Stumpf