Dados divulgados nesta semana pelo Eurostat mostram que a taxa de desemprego em Portugal chegou aos 15% em fevereiro, quando era 12,3% há apenas um ano e 14,8% em janeiro. Para a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, o cenário mostra que as medidas de austeridade colocadas em prática pelo governo são inócuas.
Tendo em conta a população ativa, essa taxa corresponde a um desemprego “oficial” de 826 mil pessoas. No entanto, se forem somados os inativos disponíveis e o subemprego visível, o número de trabalhadores desempregados é de cerca de 1, 2 milhão de portugueses (em um universo de cerca de 10,5 milhões de cidadãos, segundo dados de 2011).
“É preciso pôr um basta às políticas que conduziram a esta situação. Portugal precisa de políticas econômicas que fomentem o crescimento e a criação de emprego de qualidade; que defendam e promovam o setor produtivo; que dinamizem a contratação coletiva; que aumentem o rendimento disponível dos trabalhadores e das famílias; que garantam a proteção social no desemprego. Em suma, que assegurem dignidade à vida dos trabalhadores e dos cidadãos deste país”, defendeu a direção da CGTP-IN, em nota publicada em sua página na internet.
Trata-se da terceira taxa de desemprego mais alta da União Europeia, apenas inferior à verificada na Espanha e na Grécia. A taxa de desemprego dos menores de 25 anos é de 35,4%, quando era de 26,9% há um ano, e é também a terceira mais alta da UE, tendo subido cinco posições desde o ano passado. O mesmo acontece com a taxa de desemprego das mulheres, que foi de 14,8% em fevereiro.
São pouco mais de 350 mil os beneficiários de proteção no desemprego, o que significa que mais de 70% dos trabalhadores desempregados não têm acesso ao subsídio de desemprego, estando os trabalhadores mais jovens e os que têm contratos precários especialmente desprotegidos.
Fonte: CGTP-IN
Leia também: Greve em Portugal mobiliza trabalhadores de todas as regiões do país