Proposta apresentada pela prefeitura frustra servidores municipais de Riberão Preto (SP)

Na tarde de quinta-feira (15), a comissão de negociação dos servidores municipais de Ribeirão Preto, interior de SP, foi até o Palácio Rio Branco, para receber da prefeita, a proposta com um reajuste salarial de 6.50%, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e o mesmo índice no vale-alimentação e na cesta básica nutricional.

A proposta frustrou os trabalhadores, que decidiram por não colocar em votação a oferta do governo. A frente do Sindicato ficou lotada. Mais de 1500 servidores participaram do movimento. Os servidores iniciaram a assembleia e, diante da proposta abaixo do esperado, decidiram por não votar a oferta do governo.

“É um valor muito abaixo do que esperavam os servidores. Como pode a prefeitura oferecer um aumento de apenas R$ 28 no vale-alimentação, sendo que os terceirizados da Coderp têm um vale de R$ 540? Na cesta básica nutricional, além do aumento ser insignificante, ela não corrigiu o teto de quem tem direito de receber o benefício, o que na prática vai representar a perda do benefício para alguns aposentados. “Um absurdo”, ressalta o secretário geral do Sindicato, Valdir Avelino.

Na proposta, a prefeita disse que quer pagar o processo dos 5.15%, mas que o pagamento necessita de um acordo judicial. “Ela disse que gostaria de pagar ainda este ano, mas que dependeria de um acordo na Justiça. Como podemos aprovar a proposta em assembleia, se o resultado final vai depender da vontade da Justiça? Na verdade, basta a Prefeitura escrever o acordo, as partes assinarem e levar à Justiça para simples homologação. É impossível para o servidor aceitar uma proposta assim”, diz o diretor da Seccional da Educação, professor Donizeti Aparecido Barbosa. O governo também propôs a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários. “A prefeita disse que está pronto e será aplicado a partir de agosto o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Isso consta na pauta de reivindicações, mas ela não entregou uma cópia do projeto e não explicou de que forma o PCCS será implantado. Não trouxe nenhuma informação específica, o que torna a proposta vazia, altamente subjetiva. O servidor está cansado de propostas genéricas; eles querem se sentir valorizados e o que foi proposto pelo governo, não traz a valorização esperada pela categoria”, afirma o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.

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Para protestar contra a proposta a categoria decidiu, durante a assembleia, buscar o apoio dos vereadores na luta por um reajuste digno. Centenas de trabalhadores saíram da Sede do Sindicato e foram em carreata até à Câmara Municipal.

A avenida Francisco Junqueira praticamente parou durante a manifestação dos servidores. Com cantos de “servidor na rua, Dárcy a culpa é sua” os trabalhadores lotaram o plenário da Casa de Leis. Pela indignação dos servidores, o presidente da Câmara Municipal, Cícero Gomes da Silva, concedeu a palavra ao presidente do Sindicato que falou a respeito da revolta dos trabalhadores. O vereador e vice-presidente do Sindicato, André Luis, também se pronunciou e defendeu a categoria. Outros vereadores também se manifestaram e prometeram apoio aos servidores.

Na manifestação ficou decidido que os trabalhadores vão se reunir em uma nova assembleia na terça-feira (20), para definir o rumo do movimento da categoria. A possibilidade de paralisações não foi descartada pelos servidores. “Estamos abertos ao diálogo. Queremos continuar conversando com o governo para que cheguemos a uma proposta justa e digna para os servidores”, diz o vice presidente do Sindicato, Laerte Carlos Augusto.

Portal CTB com informações do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto

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