Milhares de mulheres ocuparam nesta quinta – feira (8), as ruas do centro de Salvador, na capital baiana. Elas saíram do Campo Grande com destino a Praça Castro Alves entoando palavras de ordem e com faixas e bandeiras.
Índias, mulheres do campo, do setor da construção civil, do comércio, bancárias, professoras, no ato promovido pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Seção Bahia e centrais e que contou com a participação de sindicatos filiados, movimentos sociais e partidos políticos.
Com o grito “Mulher organizada jamais será pisada” e “mulheres na rua, a luta continua”, mulheres dos mais variados segmentos apresentaram suas principais reivindicações e lutas na conquista por mais espaço e oportunidades. Para Rosa de Souza, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, é preciso melhorar a participação das mulheres no governo, na política e nos postos de comando no movimento sindical.
“Hoje é dia de comemorar, mas não podemos esquecer que há muito a ser conquistado, como a jornada de 40 horas, que vai permitir mais tempo a mulher para se capacitar, para ter mais tempo para outras atividades. Precisamos também defender igualdade de salários entre homens e mulheres”, salienta Marlúcia Paixão, dirigente da CTB Bahia.
“A ASSUFBA Sindicato se fez presente em todos os atos do dia da mulher. Estivemos com as servidoras do Hospital das Clínicas e da Maternidade Climério de Oliveira num dia de homenagem, logo cedo, e agora estamos aqui, nessa caminhada diversificada com mulheres dos mais variados segmentos. Há uma mudança de paradigma hoje, as mulheres vem ocupando mais espaços e acreditamos em dias melhores”, ressaltou o coordenador de Formação Sindical da ASSUFBA Sindicato, Antônio Bomfim Moreira.
Para Grassa Felizola, diretora administrativa da Federação dos Bancários da Bahia, o 8 de março é uma data especial, com significado de luta. “Hoje estamos lutando para que as mulheres sejam amadas e menos violentadas”.
Igualdade
Na luta por igualdade, elas foram ocupando espaços antes somente masculinos. Sonia Maria Francisca da Silva é um exemplo disso. É uma representante do Sindicato da Construção Civil. Está há 20 anos na área. Atualmente, é tesoureira da Fetracom (Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia).
Igualdade é o que defende também a deputada federal pelo PCdoB, Alice Portugal. “Hoje temos muito que comemorar. Nós que só conquistamos o direito ao voto há 80 anos, já elegemos uma presidente da República. Mas também, ainda temos muito a conquistar, já que ainda temos 35% da massa salarial dos homens e mesmo sendo a maioria entre as professoras e as aprovadas em concursos públicos, também somos a maioria das desempregadas e das subempregadas do país. Isso só mostra que a nossa luta por uma sociedade igualitária deve continuar, não apenas no 8 de Março, mas todos os dias”, disse a parlamentar que também é secretária estadual da Mulher do PCdoB na Bahia.
Para a presidente do Sindsaúde, Inalba Fontenelle, esse 8 de março confirma a conquista de espaços e direitos pelos mulheres. “Ainda há muito a conquistar, mas estamos no caminho certo. Vamos continuar lutando na transformação de uma sociedade mais justa e igualitária”.
O deputado estadual pelo PCdoB, Álvaro Gomes, considera 8 de março uma data importante para a sociedade. Pois marca a luta das mulheres pela igualdade. “As mulheres sempre sofreram preconceito ao longo da história. Isso se refletiu até no direito de voto que só foi conquistado depois da década de 30. Hoje, as mulheres estão ocupando, sim, mais espaços e direitos. O Brasil tem uma mulher presidenta e representantes de peso do sexo feminino no Judiciário, como a Corregedora Nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon”.
Para o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, as mulheres vêm sendo protagonistas de sua história ao longo da trajetória de lutas. “Não podemos esquecer que há ainda muita luta pela igualdade e oportunidade a ser conquistada, mas muito já foi alcançado. Até a área política vem mostrando isso”.
Fonte CTB Bahia
Fotos: Américo Barros e Manoel Porto