Lideradas pelas duas principais centrais sindicais da Espanha (CCOO e UGT), 57 entidades convocaram para o próximo domingo (19) um protesto contra a reforma trabalhista proposta pelo governo.
Os protestos devem acontecer em dezenas de cidades espanholas, com o intuito de protestar contra a reforma que passou a vigorar desde o último dia 12, cujo conteúdo, não por acaso, atendeu aos interesses do mercado financeiro e do empresariado nacional.
Com as manifestações, as entidades sindicais querem deixar claro como a reforma é prejudicial aos trabalhadores, além de ser inútil para a criação de novos postos. “Ela é ineficaz para a economia e certamente vai gerar mais desemprego e menos direitos”, diz o documento que convocou os protestos.
“No dia 19 queremos que as ruas da Espanha sejam preenchidas de manifestações contra a reforma trabalhista”, disse o secretário-geral da CCOO, Ignacio Fernández Toxo, em uma coletiva de imprensa com o líder da UGT, Cándido Méndez. “Esta reforma de curto prazo vai destruir o emprego e em médio prazo aumentará a precariedade, além do que irá gerar um aumento da frustração da população”, disse Méndez.
Retrocesso conservador
O governo conservador de Mariano Rajoy apresentou na semana passada uma reforma trabalhista que busca reduzir o desemprego, cuja taxa se situava em 22,85% da população ativa ao final de 2011.
A reforma, que entrou em vigor no domingo, mas que ainda será debatida pelos deputados, inclui uma redução das indenizações por demissões e medidas para estimular o emprego dos jovens, sendo que o desemprego atinge metade da população dessa faixa etária. Por sua vez, o ministro da Economia e Competitividade, Luis de Guindos, disse que ela será “extremamente agressiva”.
Em uma conversa com o comissário europeu de Economia, Olli Rehn, Guindos também disse que a reforma trabalhista incluirá o barateamento do custo das demissões, reduzindo a indenização por demissão e flexibilizando a negociação coletiva. A ministra de Emprego e Seguridade Social espanhola, Fátima Báñez, também esclareceu alguns aspectos da reforma ao afirmar que ela simplificará as modalidades de contratos, mudará o modelo de formação profissional e reorientará as bonificações à contratação para estimular o emprego dos jovens.
Além disso, a reforma modificará as políticas ativas de emprego e diminuirá as pré-aposentadorias, ao mesmo tempo em que colocará um freio no uso do seguro-desemprego como mecanismo de aposentadoria encoberta.
Com informações de agências