A notícia de que um grupo de governadores está preocupado com o reajuste de 22% do piso nacional dos professores, previsto em lei, indignou docentes brasileiros. Uma nota publicada na terça-feira, na coluna “Panorama Político” de O Globo, vazou a informação de que os governadores Sérgio Cabral (RJ), Jaques Wagner (BA), Antonio Anastasia (MG), Cid Gomes (CE) e Renato Casagrande (ES) pediram ao presidente da Câmara, o deputado Marco Maia (PT) a votação urgente do projeto que reajusta em 6%, com base no INPC.
Para o coordenador geral da APLB/Sindicato, professor Rui Oliveira, a proposta é completamente equivocada e vai na contramão do Plano Nacional da Educação do governo federal, que prevê a recuperação das perdas salariais dos profissionais da área que chegam a cerca de 60%. “Há o compromisso da presidente Dilma Rousseff em corrigir essa distorção”, assinalou Oliveira.
O coordenador da APLB/Sindicato lembra ainda que o governo baiano assinou, no ano passado, acordo com a entidade se comprometendo a conceder à categoria os mesmos índices de reajuste salarial do governo federal.
Também representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Oliveira informa que a entidade vai realizar em março uma greve nacional tendo como principais reivindicações o piso salarial, o plano de carreira e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação. “Os governadores que defendem redução do piso demonstram sua total falta de compromisso para com a Educação”, alfineta Rui Oliveira, considerando difícil que eles consigam apoio da bancada federal para tal empreitada.
Conforme lembra o coordenador da APLB/Sindicato, cerca de um terço da Câmara Federal vai disputar as eleições municipais e, certamente, não vai querer “se queimar” com o eleitor votando um projeto dessa natureza. “Quero ver se Pelegrino, Alice Portugal ou ACM Neto vão mostrar-se favoráveis a tal aberração”, desafiou.
Rui Oliveira ressalta, ainda, que caso a proposta ganhe fôlego e chegue a ser votada no Congresso Nacional, as entidades de todo o país estarão mobilizadas para expor publicamente o nome dos políticos traidores da educação. “Nem quero crer que isto seja sério”, desabafou Oliveira.
Fonte: Tiago Henrique – APBL Sindicato BA