As tensões sociais na Itália subiram de tom nesta terça-feira (24), com uma massiva greve no setor do transporte contra as políticas de privatizações anunciadas pelo governo do premiê Mario Monti. Caminhoneiros iniciaram um bloqueio de estradas em várias cidades de norte a sul do país, contra a decisão do Executivo de aumentar os preços dos combustíveis e seguros.
Para o secretário-geral do sindicato dos transportadores, Maurizio Longo, a alta adesão ao protesto demonstra a gravidade da crise. Meios de comunicação da capital detalharam que mais de 60 bloqueios foram contabilizados em todo o país – e aumentavam com o passar das horas.
Da mesma forma, os taxistas proclamaram também um dia greve contra o plano do governo que prevê liberar o setor e eliminar certos privilégios. Importantes ruas da cidade de Roma permaneciam bloqueadas por centenas de táxis, o que ocasionou caos no tráfego.
Vários sindicatos, entre eles o dos ferroviários, planejam uma jornada de manifestações de quinta-feira a sexta-feira desta semana, em protesto contra a abolição, prevista no decreto de desregulações, da obrigação da empresa de adotar um específico contrato de trabalho.
Proposta retrógrada
O governo italiano promove um regime de livre concorrência e abre o mercado ao exterior, com o apoio do capital privado. As liberações buscam pôr fim a vantagens, deformações e armadilhas burocráticas que fazem do mercado italiano um dos mais rígidos e caros da Europa, explicou recentemente o Premiê.
As disposições governamentais também afetarão os farmacêuticos, escrivães e advogados, bem como os trabalhadores dos correios, bancos e do setor energético. Esses sindicatos também sairão às ruas, possivelmente em meados de fevereiro.
Com informações da Agência Prensa Latina