Mostra apresenta documentários e espaços do Oriente Médio

A influência do espaço na formação do indivíduo. Esse é o tema da mostra Panorama do Cinema Documental Árabe – Espaços do Oriente Médio, em que filmes serão exibidos gratuitamente entre os dias 9 e 14 de dezembro no Instituto Cervantes, na Avenida Paulista, em São Paulo.

“Serão apresentados quatro documentários importantes e representativos da influência do espaço e da localização na formação do indivíduo e da sociedade. Também haverá três curtas da diretora Ateyyat El Abnoudy, que é uma diretora bastante importante no Egito”, disse Soraya Smaili, diretora cultural do Instituto da Cultura Árabe (ICArabe).

Os documentários em média metragem que serão exibidos durante a mostra são recentes, mas ainda anteriores aos acontecimentos da Primavera Árabe, na qual jovens árabes foram às ruas para protestar contra os regimes instalados em seus países, como no Egito, na Síria, Líbia e no Iêmen. Já os curtas documentais feitos pela diretora Ateyyat El Abnoudy refletem a história de várias comunidades egípcias entre as décadas de 1970 e 1980 e influenciaram toda uma nova geração de documentaristas árabes.

“Ela [Ateyyat El Abnoudy] fez estes filmes quando o cinema egípcio estava muito voltado para a ficção, principalmente de humor. Até como uma forma de escape social diante do regime ditatorial, eles [cineastas] usavam o humor – como nós, na ditadura – para fazer ironias ou sátiras ao sistema ditatorial. Já a diretora Ateyyat El Abnoudy mantém sua origem. Ela não abre mão, durante esse período, de filmar o indivíduo”, disse Soraya.

Entre os filmes, está Reciclar, de Mahmoud Al Massad, que aborda a situação de pessoas que trabalham com reciclagem de lixo, num vilarejo pobre da Jordânia. “Reciclar é um filme que fala de uma comunidade muito pobre da Jordânia, num campo de refugiados palestinos, e que mostra a dura realidade em que eles vivem, trabalhando com o lixo, como catadores”. A mostra também apresenta a realidade de moradores pobres do Egito e a história de comunidades libanesas.

Segundo Soraya, os eventos recentes da Primavera Árabe já começam a ser sentidos no cinema documental que é produzido atualmente nos países árabes. “No próximo ano, com certeza, vamos ver uma produção (de documentários) até mais intensa em função dos acontecimentos no mundo árabe”, disse ela.

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