Justiça determina que câmeras de vídeo na metalúrgica gaúcha Luna ALG sejam desligadas

O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região obteve uma  importante vitória na Justiça do Trabalho na manhã desta quinta-feira,  dia 20. O juiz Adair João Magnaguagno, da 2ªVara do Trabalho de Caxias  do Sul, concedeu um prazo de cinco dias para que a empresa Luna ALG  América Latina Guindastes desligue as câmeras de vídeo instaladas na  parte interna da fábrica, em Caxias do Sul.

A decisão foi tomada  durante audiência de conciliação relativa à ação impetrada pelo  Sindicato dos Metalúrgicos, atendendo a pedidos dos trabalhadores que  denunciaram a instalação de catracas na entrada dos banheiros e a  utilização de câmeras de vídeo para monitorar os trabalhadores, no  início de setembro.

A empresa comprometeu-se a manter as câmeras desligadas no período das  7h10min às 17h30min, de segundas a sextas-feiras e aos sábados, quando  forem realizadas horas extras ou em outro horário em que as atividades  estiverem sendo realizadas. A empresa também se comprometeu em manter  as condições de acesso aos banheiros, conforme estabelecido após  vistoria do Ministério Público do Trabalho.

Pelo acordo, a empresa  deverá permitir o acesso de dirigentes do Sindicato, sem prévio  agendamento, para que sejam realizadas as inspeções para a verificação  das câmeras nos horários indicados, da mesma forma que a entidade  poderá indicar um trabalhador pertencente à Comissão Interna de  Prevenção de Acidentes (CIPA) para que fique responsável pela  fiscalização e a empresa indicará um representante para acompanhar as  inspeções.

Para o vice-presidente do Sindicato, Leandro Velho, a decisão é  resultado da mobilização dos trabalhadores, que no dia 8 de setembro  paralisaram as atividades no início da manhã em sinal de protesto  contra os abusos que vinham sendo praticados pela empresa. “O  sindicato vai intensificar a partir de agora ações em outras empresas  para evitar essa prática inadmissível, pois o uso de câmeras de  segurança no chão de fábrica fere os direitos do trabalhador e o expõe  a uma situação constrangedora”.

Velho observa que o acordo coletivo já  proibia a utilização de câmeras de vídeo para controlar os  trabalhadores. No final do ano passado, atendendo a recurso do  Sindicato, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) proibiu a instalação  de câmeras de vigilância por empresas que queiram monitorar os  vestiários de seus empregados. O ministro Walmir Oliveira da Costa  havia considerado que o uso de câmeras nos vestiários é abusivo.

Fonte: Claiton Stumpf

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.