Com o propósito de destruir o prestígio de Huamán junto à clase trabalhadora e à sociedade peruana, a publicação dedicou quatro páginas da edição datada de 11 de setembro à difamação do líder da maior e mais combativa central sindical do país, que comandou a paralisação nacional do dia 9 de julho. Simultãneamente, em diferentes localidades, surgiram pichações injuriosas contra ele.
Não restam dúvidas de que se trata de uma campanha orquestrada pelo regime comandado por Garcia, um dos (a cada dia mais raros) aliados de Washigton e remanescente do neoliberalismo na América do Sul, ao lado do colombiano Uribe. É parte de uma ofensiva governamental mais ampla, cujo objetivo é desarticular o proceso de crescente unidade do movimiento popular na luta contra o neoliberalismo e o imperialismo.
Recentemente Huamán sofreu uma tentativa de atentado terrorista. Colocaram uma bomba frente à sua casa. No passado, Pedro Huica e outros dirigentes da CGTP foram assassinados por lutarem em defesa dos direitos sociais e da democracia. As ações intimidatórias e terroristas contra lideranças sindicais e populares não constituem novidade no Peru.
Entre outros propósitos do governo Garcia contam-se o de desarticular a Jornada Nacional de Luta convocada para 7 de outubro; sabotar a realização da Assembléia Nacional dos Povos em 4 de novembro; impedir a unidade da esquerda com as forças nacionalistas e todos os setores contrários ao neoliberalismo.
O episódio também revela a preocupação das classes dominantes com o crescente protagonismo dos movimentos sociais no Peru. As iniciativas visando intimidar, desacreditar e criminalizar o movimento social configuram um atentado à democracia que merece o firme repúdio da CTB e de todas as forças progresistas da América Latina.
A CTB é testemunha da grande contribuição de Mario Huamán para o sindicalismo peruano e latino-americano. Ele teve uma participação destacada no Encontro Nossa América, realizado em Quito nos días 5 a 7 de maio deste ano, e é também reconhecida a sua notável contribuição para a organização internacional dos trabalhadores no ramo da construção civil. Por esta e outras razões, o secretário geral da CGTP é digno de todo nosso respeito, admiração e solidariedade.
João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil